O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve votar neste sábado a resolução com sanções contra a Coréia Norte, por causa do anúncio dos testes nucleares, disse o embaixador americano na ONU, John Bolton, nesta sexta-feira, após a reunião dos membros do Conselho. O texto que deve ir à votação mantém sanções econômicas e de alguns armamentos contra o país mas esclarece que as medidas não incluem força militar.

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou, também nesta sexta-feira, que seu governo e a China se opõem a "sanções extremas" contra a Coréia do Norte.

- Nós e a China temos uma posição comum de que precisamos ter uma abordagem equilibrada, não ser emocional e não aplicar sanções extremas - disse Lavrov a jornalistas em Moscou, divulgou a agência de notícias RIA.

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Condoleezza Rice vai à Ásia na semana que vem

Ao mesmo tempo, a secretaria de Estado dos Estados Unidos anunciou que a secretária, Condoleezza Rice, viajará para Japão, Coréia do Sul e China na próxima semana para discutir como responder ao anunciado teste nuclear da Coréia do Norte.

O porta-voz do departamento de Estado americano, Sean McCormack, informou que "a secretária Rice viajará com um programa de paradas em Tóquio, Seul e Pequim a partir da próxima terça-feira" e que a viagem dela não prevê Coréia do Norte.

Ele disse que é uma oportunidade para Rice "ter um pouco mais de conversas com os países da região sobre a situação atual, sobre a situação de segurança e também, principalmente, sobre não-proliferação de armas nucleares".

Também nesta sexta-feira, uma autoridade de inteligência do governo dos EUA, disse que testes iniciais de amostras de ar coletadas por aviões americanos perto da Coréia do Norte não encontraram vestígios de radiação, mas os Estados Unidos não estão prontos para declarar que Pyongyang não detonou um dispositivo nuclear.

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O anúncio feito pela Coréia do Norte na segunda-feira sobre a realização de um teste nuclear provocou uma condenação da atitude pela Rússia e China que encorajou os Estados Unidos a esperar uma resposta unificada das 15 nações do Conselho de Segurança.

Resolução deve proibir venda de armamento pesado

Em um esforço para adequar objeções da China e da Rússia, o texto da resolução que deve ser votata pelo Conselho de Segurança elimina um embargo total às armas mas proíbe a venda à Coréia de armamento pesado convencional, como veículos de combate blindados, helicópteros de ataque, navios de guerra e mísseis.

A resolução também permite que nações inspecionem navios que entrem ou saiam da Coréia do Norte para prevenir o tráfico de armas nucleares, químicas ou biológicas e materiais afins. Mas a medida agora diz que tal ação seria cooperativa, sem dar detalhes.

A resolução também imporia uma proibição de qualquer transferência ou desenvolvimento de armas de destruição em massa assim como a venda de artigos de luxo para a Coréia do Norte.

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A medida também congelaria fundos no exterior de pessoas ou negócios ligados aos programas nucleares e de míssil balístico da Coréia do Norte "de acordo com os processos de legais de cada nação".

A resolução inclui o compromisso de aplicar medidas de acordo com o capítulo 7 da Constituição das Nações Unidas, que inclui sanções, bloqueios e ações militares em relação a ameaças à segurança e à paz mundial.

Apesar de não haver o uso automático da força, a menos que o conselho especificamente autorize, a China teme que ações militares estariam subentendidas e por isso invocou o artigo 41 do capítulo 7, que restringe as sanções a medidas econômicas, diplomáticas e outras não militares. O texto passou a incluir então uma frase que coloca a resolução "de acordo com o capítulo 7 das Constituição das Nações Unidas, e tomando medidas sob o artigo 41".

Leia mais: O Globo Online

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