A empresa saudita do setor da construção Binladen Group [Saudi Binladin Group] demitiu 77 mil trabalhadores estrangeiros e pode demitir outros 12 mil de nacionalidade saudita devido a dificuldades financeiras, informou nesta segunda-feira (2) um meio de comunicação do reino.
Um porta-voz do grupo, Yaseen Alattas, consultado pela AFP, confirmou a redução de efetivos, mas sem especificar o número de postos envolvidos.
“A dimensão de nosso quadro sempre é proporcional à natureza, ao volume e ao calendário dos projetos de obras”, declarou Alattas, afirmando que os trabalhadores demitidos receberam “a totalidade das remunerações estipuladas pela lei”. “Sabemos que a redução do quadro não é fácil para todos”, acrescentou.
O Binladen Group se beneficiou durante décadas de grandes contratos públicos, mas atualmente é confrontado pelos ajustes do setor estatal, por causado desmoronamento dos preços do petróleo.
A empresa também se viu afetada em setembro de 2015 pela morte de 109 pessoas no desabamento de uma grua em obras de ampliação da Grande Mesquita de Meca. O rei Salman afastou desde então o grupo das novas licitações.
Segundo um funcionário do grupo citado pelo jornal Al-Watan, 77 mil operários do Binladen Group receberam até domingo passado seus vistos de saída do reino. A fonte disse que a companhia empregava 200 mil estrangeiros em território saudita, em sua maioria egípcios.
Entre “12 mil e 17 mil sauditas em postos de responsabilidade, engenheiros, agentes administrativos ou de controle” podem formar parte de uma próxima onda de demissões, acrescenta o documento.
O Binladen Group é uma empresa familiar fundada em 1931 pelo pai de Osama Bin Laden, líder da rede islamita Al-Qaeda, morto há cinco anos em uma operação americana no Paquistão.
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