Escolas, lojas e o transporte público funcionavam normalmente em Damasco e nas outras cidades da Síria hoje, apesar de uma convocação de greve geral realizada pela oposição. O presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou que os protestos pelo país estão acabando.

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O pedido por uma greve geral marcou uma nova estratégia dos ativistas pela democracia, por causa da brutal repressão do regime de Assad contra manifestantes que pedem reformas políticas. A vida parecia seguir em ritmo normal hoje na capital Damasco, e em Alepo, bem como em outras cidades onde moradores foram contatados. Ativistas disseram, apesar disso, que há atos de protesto programados para várias regiões.

"Por que ousar fazer greve e arriscar perder seus negócios ou ser alvo das autoridades?", disse um empresário em Damasco, pedindo anonimato. Segundo ele, se alguém fechar as portas seria logo notado pelas autoridades e correria o risco de perder o ganha-pão. Outro comerciante na parte velha da cidade afirmou que a greve teria pouca serventia, já que o movimento estava muito parado desde que as forças de segurança começaram a reprimir violentamente protestos, iniciados há dois meses.

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Um morador da cidade costeira de Lattakia, onde ocorreram protestos contra o governo, disse que a greve geral não havia recebido apoio. "A maioria aqui nem sabe sobre isso", relatou.

Um grupo de oposição que utiliza a internet, chamado Revolução Síria 2011, convocou a greve para pressionar o regime de Assad. "Esta quarta-feira será um dia de punição para o regime pelos revolucionários e as pessoas de boa-vontade", afirmou um comunicado na página do Facebook do grupo. "Vamos transformar esta quarta-feira em uma sexta-feira (dia regular para os protestos), com protestos em massa, sem escolas, universidades, lojas ou restaurantes abertos e até sem táxis", convocou o grupo. Dois ativistas contatados disseram que há vários protestos marcados para a tarde, em várias regiões.

Aproximadamente 850 pessoas, incluindo mulheres e crianças, morreram nos levantes e pelo menos 8 mil foram presas, segundo grupos de defesa dos direitos humanos e a ONU. Assad disse hoje que as forças de segurança da Síria cometeram erros em seus esforços para frear uma insurgência contra o governo. Segundo ele, milhares de policiais estão recebendo um novo treinamento.

Os comentários do presidente foram publicados pelo jornal privado Al-Watan. Ativistas denunciaram que o Exército sírio utilizou metralhadoras para reprimir atos pacíficos e bombardeou um bairro na cidade de Homs, nesta madrugada.

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