O copiloto que aparentemente provocou de forma deliberada a queda de um avião com outras 149 pessoas a bordo nos Alpes franceses recebeu tratamento psiquiátrico devido a “episódio depressivo sério” há seis anos, noticiou o jornal alemão Bild nesta sexta-feira (27). A promotoria de Düsseldorf informou ainda que ele tinha um atestado médico de dispensa de trabalho por doença que havia ocultado da companhia, assim como outros documentos que demonstravam que estava sob tratamento.
Procuradores franceses, após ouvirem a gravação de voz da caixa-preta, não apresentaram motivos para Andreas Lubitz, de 27 anos, ter assumido os controles do Airbus A320, trancado o capitão do lado de fora da cabine e provocado a descida da aeronave, na terça-feira.
Com base em fontes e documentos internos da Lufthansa, o Bild disse que Lubitz passou no total um ano e meio em tratamento psiquiátrico, e que documentos relevantes serão enviados aos investigadores franceses após serem examinados por autoridades alemãs.
O presidente-executivo da Lufthansa, controladora da Germanwings, Carsten Spohr, disse na quinta-feira que Lubitz havia feito uma pausa durante seu treinamento há seis anos, mas não explicou o motivo e disse que ele tinha sido aprovado em todos os testes para voar. Uma porta-voz da Lufthansa disse nesta sexta-feira que a empresa não vai comentar sobre o estado de saúde do piloto.
A polícia alemã apreendeu bens pertencentes a Andreas Lubitz. cp-piloto que provocou intencionalmente a colisão do Airbus 320 da Germanwings contra uma montanha dos Alpes franceses, matando a si mesmo e mais 149 pessoas. Policiais encontraram pistas significativas que indicam que ele sofria de doença psicológica, de acordo com o Der Spiegel.
As descobertas feitas pela polícia alemã vieram à tona depois de policiais terem feitos buscas na noite de quinta-feira no apartamento de Lubitz em Duesseldorf e na casa em que o co-piloto de 27 anos morava com os pais em Montabaur, ao norte de Frankfurt. Vários itens foram retirados, incluindo caixas e um computador, das duas propriedades.
“Encontramos algo que será submetido agora a testes. Não podemos dizer o que é no momento, mas pode ser um indício muito significativo para o que aconteceu”, disse o Daily Mail citando o porta-voz da polícia Marjus Niesczery. A polícia disse que a descoberta não era um bilhete de suicídio.