O procurador de Marselha Brice Robin anunciou nesta quinta-feira (26) que as investigações apontam para um ato voluntário do copiloto para derrubar o Airbus 320 da Germanwings na última terça-feira (24). O avião caiu com 150 pessoas a bordo nos Alpes franceses.
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Em entrevista coletiva, o procurador confirmou a informação de que um dos pilotos deixara a cabine momentos antes da queda, sem conseguir retornar, tendo ficado trancado do lado de fora. Segundo ele, tudo indica que o copiloto “tomou um ato voluntário” para derrubar o avião, tendo provavelmente apertado um botão para levá-lo ao solo.
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Leia a matéria completa“O copiloto queria destruir o avião, não sabemos o motivo”, afirmou Robin. O piloto foi identificado como Andreas Lubitz, um alemão de 28 anos. Ele não era suspeito de atividades terroristas e respirou “normalmente” até o momento da colisão nos Alpes franceses, segundo gravação de uma das caixas-pretas.
Nos primeiros 20 minutos o copiloto manteve uma conversa “normal e cortês” com o comandante. Depois se escuta o comandante preparar o relatório de aterrissagem em Düsseldorf e o copiloto respondendo de forma “lacônica”. Posteriormente, o comandante pede para o copiloto assumir o comando do avião, provavelmente para ir ao banheiro, e em seguida é possível escutar o movimento de uma das poltronas e uma porta que se fecha.
Nesse momento, quando o copiloto já está sozinho na cabine, ele aciona o sistema de descenso e não fala mais nada. “Ignoramos a razão, mas pode ser analisada como vontade de destruir o avião”, disse Robin. O promotor, no entanto, ressaltou que neste momento não existe nenhuma pista que indique que o acidente foi um atentado terrorista.
Brice Robin disse ainda que a cabine ficou em “absoluto silêncio” nos últimos 10 minutos antes da queda. No entanto, logo antes da colisão, os passageiros do Airbus podiam ser ouvidos gritando no áudio gravado na caixa-preta. O promotor disse ainda que “quando há 150 pessoas a bordo do avião, isso não pode ser chamado de suicídio”.
A Lufthansa informou nesta quinta-feira que o copiloto suspeito de provocar deliberadamente a queda de um avião da Germanwings, unidade de baixo custo da companhia aérea, fez uma pausa em seu treinamento seis anos atrás, mas foi aprovado em todas avaliações necessárias para voar.
O copiloto, Andreas Lubitz, interrompeu o treino por vários meses, disse o CEO da Lufthansa Carsten Spohr, acrescentando, no entanto, que isso não é incomum. Segundo o CEO, a empresa escolhe seus tripulantes de forma muito cuidadosa e os submete a avaliações psicológicas. “Não importa suas regulamentações de segurança, não importa quão alto é o seu nível de exigência, e nós temos padrões incrivelmente altos, não há forma de descartar um incidente desse tipo”, afirmou Spohr.