A Coréia do Norte disse nesta sexta-feira que pode estar disposta a agir no caso do dinheiro que insiste que seja liberado antes de fechar seu reator nuclear, a um dia do final do primeiro prazo do acordo de desarmamento nuclear.
Segundo o acordo internacional feito em fevereiro, o país tem até sábado para começar a fechar o seu reator da era soviética, fonte de plutônio capaz de ser usado em armas.
Washington afirma que autoridades em Macau desbloquearam os cerca de 25 milhões de dólares em fundos norte-coreanos no Banco Delta Ásia (BDA), que ficaram 18 meses congelados devido a suspeitas de ligação com atividades ilícitas, e que agora Pyongyang pode receber o dinheiro.
"Uma instituição financeira da Coréia do Norte confirmará em breve se a medida é válida", disse um porta-voz do Ministério do Exterior, segundo a agência de notícias KCNA,
O negociador norte-americano, Chris Hill, que chegou a Pequim na sexta-feira, depois de passar por Seul, disse que não sabe se a Coréia do Norte cumprirá o prazo.
"Isso cabe a eles. Não espero nada", disse ele a repórteres no aeroporto de Pequim.
Ele se encontrou com o ministro-assistente das Relações Exteriores da China, He Yafei, disse uma fonte à Reuters, mas não ficou claro se haverá uma reunião com seu colega norte-coreano, Kim Kye-gwan.
"Não sabemos se Kim Kye-gwan virá. Mas tudo pode acontecer", disse a fonte. "Neste momento, estamos em um estágio crítico."
Autoridades norte-coreanas disseram a uma delegação dos EUA que visitou Pyongyang nesta semana que poderia agir um dia depois de receber o dinheiro, e convidar inspetores nucleares a voltarem ao país para monitorarem a desativação do reator.
A volta dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), expulsos em 2002, é parte do acordo feito entre as duas Coréias, a China, o Japão, a Rússia e os EUA para acabar com o programa de armas nucleares de Pyongyang em troca de ajuda e melhor relacionamento diplomático.