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Sul-coreanos protestam, perto da Embaixada dos EUA em Seul, contra o lançamento do foguete norte-coreano | Lee Jae-Won/Reuters
Sul-coreanos protestam, perto da Embaixada dos EUA em Seul, contra o lançamento do foguete norte-coreano| Foto: Lee Jae-Won/Reuters

A Coreia do Norte disparou um foguete de longo alcance sobre o Japão neste domingo, provocando protestos internacionais e levando o Conselho de Segurança das Nações Unidas a marcar uma reunião de emergência neste domingo.

A mídia oficial do regime comunista norte-coreano afirmou que um satélite havia sido colocado em órbita, e que ele agora circulava o planeta transmitindo músicas revolucionárias. Contundo, os Estados Unidos e a Coréia do Sul disseram que nada havia entrado em órbita.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que o Conselho de Segurança deveria enviar uma mensagem enfática à Coreia do Norte por conta do que analistas acreditam que foi, de fato, o teste de um míssil desenvolvido para transportar uma ogiva a uma distância equivalente a até o Alasca.

O lançamento do foguete é o primeiro grande desafio de Obama relacionado à Coreia do Norte. Os esforços norte-coreanos para ter armas nucleares há tempos preocupam Washington. O regime comunista testou um dispositivo nuclear em 2006.

"Com esse ato de provocação, a Coreia do Norte ignorou as suas obrigações internacionais, rejeitou os pedidos por moderação e se isolou ainda mais da comunidade de nações", disse em comunicado Obama, num giro pela Europa.

Mais tarde, o presidente dos Estados Unidos afirmou que a Coreia do Norte deve ser forçada a mudar.

MENOS ARSENAL NUCLEAR

Falando para milhares de pessoas em Praga, Obama se comprometeu a reduzir o arsenal nuclear norte-americano e declarou que Washington procuraria negociar com todos os países detentores de armas nucleares a redução de arsenais. A Casa Branca afirmou que o presidente continuava comprometido com as negociações para "desnuclearizar" a Coreia do Norte.

Diplomatas das Nações Unidas afirmaram à Reuters que os países do Conselho de Segurança não pensam em impor novas sanções, mas podem discutir uma resolução para garantir o cumprimento das medidas anteriores. Rússia e China já deixaram claro que vetariam novas sanções.

A Coreia do Sul classificou o lançamento do foguete como um ato "irresponsável." Segundo o Japão, foi "extremamente lamentável." A União Européia "condenou com o ênfase" a ação. A China e a Rússia pediram calma e moderação a todos os lados.

PODER DE NEGOCIAÇÃO

A Coreia do Sul inicialmente afirmara que o foguete parecia levar um satélite, mas o ministro da Defesa mais tarde disse ao Parlamento que o objeto não havia conseguido entrar em órbita, segundo relatou a Kyodo, agência de notícias japonesa.

"A Coreia do Norte deve avaliar agora que a sua posição na mesa de negociações fortaleceu, pois ela tem as cartas nuclear e também a do míssil", afirmou Shunji Hiraiwa, analista com base no Japão.

Park jong-Kyu, economista em Seul, opinou que os impactos do lançamento nos mercados não serão consideráveis.

"Quando a Coreia do Norte fez testes nucleares anos atrás, os mercados de Seul caíram no dia, mas se recuperaram no dia seguinte. O tema não é mais um fator que abale mercados", declarou Park.

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