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Síria

Coronel desertor afirma que 15 mil soldados já mudaram de lado e estão contra Assad

O mais graduado desertor das Forças Armadas sírias, o coronel Riad al As'saad disse que cerca de 15 mil soldados, inclusive oficiais, já abandonaram o regime e aguardam o seu comando dentro da Síria. Ele está vivendo sob proteção do governo turco na província de Hatay.

As'saad disse que os rebeldes estão formando brigadas dentro do país para montar emboscadas contra as forças do governo e impedi-las de entrar nas aldeias. O moral no Exército sírio é baixo, segundo ele.

"Sem uma guerra, (Assad) não vai cair. Quem comanda com força não pode ser retirado senão pela força", disse ele. "O regime usou muitas táticas opressivas e homicidas, por isso saí, por isso serei o rosto externo para o comando interno, porque temos de estar numa área segura, e atualmente não existe segurança em toda a Síria."

O fato de a Turquia proteger As'saad escancaradamente reforça a atitude de Ancara no sentido de isolar Assad, outrora seu aliado. "Estamos em contato diário com os desertores. Coordenamo-nos diariamente com os oficiais. Nosso plano é nos transferir para a Síria. Estamos esperando para encontrar um local seguro que possamos transformar em base para a liderança na Síria", afirmou o coronel.

Vice-chanceler volta a prometer reformas

Em Genebra, o vice-ministro de Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, voltou a prometer reformas, durante reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Mekdad também culpou as potências estrangeiras pelos protestos no país e a mídia, pelo que considera uma guerra de propaganda contra o governo.

Ele disse ao Conselho de Direitos Humanos que mais de 1.100 membros de equipes de segurança foram mortos na revolta. Na quinta-feira, o organismo disse que o número de mortos nos protestos na Síria já chega a 2.900.

Enviados britânicos, franceses e americanos aproveitaram o fórum de Genebra para pedir que a Síria interrompa as execuções, detenções arbitrárias, torturas e desaparecimentos forçados de civis.

"O governo da Síria vai continuar seu trabalho para reforçar os direitos humanos para que possamos estabelecer uma sociedade democrática em linha com a lei da ordem, em linha com o que as pessoas merecem e almejam", disse Mekdad. "Estamos enfrentando a hegemonia do Ocidente e dos Estados Unidos e seu protegido Israel em nossa região. A Síria hoje é alvo de ameaças terroristas."

Segundo ele, não houve bombardeio de civis e tanques foram usados apenas para proteger as forças de segurança da violência.

O Conselho de Direitos Humanos realizava um debate de três horas sobre os números da Síria, como parte de sua avaliação regular de todos os países-membros da ONU.

Mekdad disse que a Síria saudava uma revisão imparcial de seus números, mas acrescentou que "países ocidentais não ligam para os direitos humanos, eles só se preocupam em assegurar os embarques de petróleo e minerais que eles vão saquear."

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