Arqueólogos exumaram nesta segunda-feira, na Noruega, o corpo de rainha viking para investigar se uma serva foi morta e enterrada com a monarca há 1.200 anos para servir de companhia na "eternidade". Outra hipótese apontada pelos especialistas é que os corpos sejam de mãe e filha que morreram da mesma doença e acabaram sendo enterradas juntas no monte Oseberg, por volta de 834. O exame de DNA deverá pôr ponto final à polêmica.
- Faremos os exames de DNA para tentar descobrir. Não sei de nenhum esqueleto viking que tenha sido analisado como pretendemos - disse à beira da cova Egil Mikkelsen, diretor do Museu de História Cultural de Oslo.
Sob chuva, quatro homens cavaram cerca de 1,5 metro e ergueram um caixão de alumínio que contém os ossos das duas mulheres - que originalmente estavam sepultadas em um espetacular barco viking.
As mulheres e o barco de 22 metros, cuja proa curva feita de carvalho permanece intacta, foram descobertos em 1904 na colina de cinco metros de altura, cercada de milharais. O achado foi uma das grandes sensações arqueológicas do século 20.
O chamado barco de Oseberg está atualmente num museu em Oslo, mas os ossos voltaram a ser enterrados em 1948. Cerca de 200 pessoas, inclusive colegiais, assistiram à exumação.
- Não sabemos quem são as mulheres - disse Mikkelsen, acrescentando que o DNA vai esclarecer se eram parentes. - A análise de DNA pode provar se eram mãe e filha. Mas sempre achei que eram a rainha e sua criada - acrescentou.
A criada pode ter sido sacrificada - talvez degolada - num ritual para acompanhar a rainha ao Valhalla, o paraíso dos vikings. Numa tumba viking da Dinamarca, por exemplo, um idoso sepultado ao lado de um jovem havia sido decapitado.
Uma nova análise química dos ossos também pode dizer o que as pessoas comiam. Na época dos vikings, a carne - de alce, por exemplo - era muito valorizada, enquanto os pobres comiam peixe.
- Se elas eram mãe e filha, provavelmente comiam a mesma comida. Se uma das mulheres era uma criada, elas teriam dietas diferentes - afirmou Mikkelsen.
O caixão de alumínio será levado a Oslo e aberto para as análises, que deverão durar um ano.