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A polícia do Equador parecia pronta para aceitar os cortes de bônus na segunda-feira sem novos protestos em meio ao debate se os policiais desertores tentaram ou não matar o presidente Rafael Correa na rebelião da semana passada.

Apoiado por muitos governos sul-americanos e desfrutando de uma taxa de aprovação da população de mais de 50%, Correa chamou a revolta de golpe e tentativa de assassinato. Os críticos, porém, afirmam que ele provocou a polícia que apenas estava protestando contra uma nova lei que põe fim aos bônus por promoção a policiais e soldados.

Soldados em veículos blindados munidos de metralhadoras patrulharam as ruas ao longo do fim de semana, enquanto as operações policiais voltavam ao normal. Os protestos cessaram.

Na quinta-feira, a polícia agrediu Correa e cercou o hospital onde ele se refugiou durante horas antes de ser resgatado numa operação noturna promovida por tropas leais. Ao menos quatro pessoas morreram no confronto, com outras quatro mortes e quase 300 pessoas feridas no levante em todo o país.

A agitação foi um lembrete de que o Equador é um dos países mais instáveis da América Latina. Três de oito presidentes da década caíram antes de Correa trazer um grau de estabilidade ao país em 2007.

Um dos guarda-costas de Correa foi morto protegendo um carro do comboio presidencial. Imagens mostram que ele foi atingido por diversas balas. O governo afirma que francoatiradores infiltrados no protesto da polícia tentaram assassinar o presidente de 47 anos.

"Ninguém atira no chefe de Estado para ter um bônus, ou para ter um aumento salarial. Houve outros objetivos e intenções ali", disse o ministro do Interior, Gustavo Jalkh, no domingo.

Sob as novas regras do benefício, criadas para poupar dinheiro enquanto o Equador se recupera da recessão global, policiais e soldados não receberão mais bônus quando forem promovidos nem ganharão presentes de Natal.

A lei deveria ser publicada oficialmente na segunda-feira, tornando-se obrigatória.

Economista educado na Europa e conhecido por sua abordagem combativa, Correa deverá ter de agir com mais cautela ao lidar com o Exército, que o salvou na semana passada, mas também pediu para que ele retirasse a polêmica lei.

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