O litoral sul dos Estados Unidos, devastado há dois anos pelo furacão Katrina, deve ter outras tempestades violentas neste ano, disse na terça-feira o instituto privado de meteorologia AccuWeather.
Após uma temporada de furacões tranqüila em 2006, a Flórida e outros Estados norte-americanos banhados pelo golfo do México devem receber menos tempestades que na temporada de 2005, marcada pelo Katrina e o Rita, segundo a AccuWeather. O problema será a intensidade.
"Não chegaremos nem perto da quantidade de tempestades de 2005, mas a intensidade das tempestades que recebermos será uma grande preocupação", disse Joe Bastardi, meteorologista-chefe de furacões da AccuWeather.com, em nota.
O instituto britânico Tropical Storm Risk previu neste mês que a próxima temporada (junho a novembro) terá quatro furacões "intensos."
"Toda a região -inclusive Nova Orleans e outras áreas que ainda estão se reconstruindo depois do Katrina- está suscetível a tempestades", afirmou Bastardi, do AccuWeather.
O Katrina matou cerca de 1.500 na costa sul dos EUA em 2005, deixou dezenas de milhares de desabrigados e provocou prejuízos de bilhões de dólares.
Bastardi afirmou que a extração e exportação de petróleo e gás na região também pode ser novamente afetada neste ano, o que provavelmente elevará os preços da energia ao consumidor.
"As tempestades mais fortes deste ano devem ser o tipo de perturbação sentida nas carteiras e bolsos", afirmou. Há dois anos, a passagem do Katrina fez o litro da gasolina subir acima de 0,80 dólar, um recorde. Um mês depois, o Rita reduziu em 14 por cento a capacidade de refino de petróleo dos EUA.
Bastardi previu também que o Nordeste dos EUA passará os próximos dez anos sendo afetado por tempestades violentas.
"No ano passado, o Nordeste pode ter se esquivado da bala, mas infelizmente não se pode ter tanta sorte por tanto tempo. Estamos em um padrão semelhante ao do final da década de 1930 e começo da de 40, quando o Nordeste foi atingido por duas fortes tempestades."
A relativa calma da temporada passada -desmentindo as previsões- não reverte a tendência de mais tempestades, segundo Bastardi. Em 2005, foram 28 tempestades e 14 furacões, uma temporada um pouco mais ativa que a de 2004.
"Estamos vivendo um tempo de dificuldade climática," disse Bastardi. "Estamos em um ciclo onde os extremos climáticos são mais a norma que a exceção."
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Governo Lula impulsiona lobby pró-aborto longe dos holofotes
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula