SAFAGA - A equipe de resgate que trabalha à procura de vítimas de um naufrágio no Mar Vermelho, na sexta-feira, encontrou neste domingo com vida uma criança de seis anos, que ficou mais de 36 horas no mar. Mohammad Hassan, perdeu sua mãe, pai e outros membros da família.
- Eu agradeço muito a Deus que tenha ficado algo do meu irmão - disse seu tio Haroun.
Segundo a agência de notícias estatal do Egito, MENA, foram encontradas mais 67 pessoas com vida do desastre, que ocorreu depois que a embarcação deixou o porto de Dubai, na Arábia Saudita, na quinta-feira, com destino a Safaga, levando mais de 1.000 passageiros a bordo.
Sessenta e um deles foram encontrados durante a noite e levados ao porto egípcio de Hurghada neste domingo. Seis outros chegaram a Dubai.
Os novos dados elevam o total de sobreviventes para mais de 460. A equipe também resgatou 195 corpos.
Em Safaga, parentes de vítimas se revoltavam com o presidente egípcio Hosni Mubarak, e pediam tanto a sua queda quanto a do ministro do Interior. O presidente visitou alguns dos feridos no sábado e fez um discurso na televisão em que demonstrava suas condolências.
No sábado, chegou a haver enfrentamentos entre policiais e parentes das vítimas que procuravam informações.
O terceiro comandante do navio, Rani Kamal, disse a um canal de televisão árabe que o deque de trás do navio estava inundado durante a operação de combate a um incêndio, o que fez o navio afundar.
Passageiros acusam o capitão e a tripulação de terem sido negligentes e dizem que um dos oficiais abandonou o navio sem ter colocado os passageiros em botes de salvamento.
Os proprietários do navio, no entanto, dizem que a embarcação tinha certificados internacionais de segurança e que tinha autorização para trabalhar em águas européias.