A crise migratória atual na Eu­­ropa teve início com a revolução na Tunísia, em janeiro deste ano. O ex-presidente Ben Ali de­­ter­­mi­­nou violenta repressão aos protestos pro democracia que eclodiram em todo o país, o que provocou fuga em massa de tunisianos. Muitos buscaram a Euro­­pa, principalmente a França.

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Logo após a renúncia de Ben Ali, em 14 de janeiro, o movimento que ficou batizado de "revolta árabe" chegou ao Egito. Seguindo o exemplo de seu colega tunisiano, o ditador Hosni Mubarak or­­denou aos militares que acabassem com os protestos. O resultado foi a morte de 846 pessoas e nova onda de migração, que só estancou com a saída de Mubarak, em 11 de fevereiro.

A vitória dos insurgentes na Tunísia e no Egito desencadeou uma série de protestos por democracia na maioria dos países de língua árabe.

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O estopim da onda migratória, no entanto, foi o conflito na Líbia, que rapidamente se transformou em guerra civil. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima em mais de 400 mil o número de pessoas que deixaram o país governo pelo ditador Muamar Kadafi.

Grande parte dos líbios que fugiram da guerra está em campos de refugiados montados pela ONU na Tunísia. Mas muitos decidiram correr o risco de atravessar o Mar Mediterrâneo em busca de nova vida na Europa. A ilha italiana de Lampedusa, por sua proximidade com o litoral líbio, se transformou no principal destino dos refugiados.

A onda de migrantes provocou uma crise entre Itália e França no mês passado. O governo francês acusou Roma de estar "exportando" os migrantes para seu território e chegou a barrar um trem vindo da Itália com refugiados.

Depois da troca de farpas, o presidente francês, Nicolas Sar­­kozy, e o premiê Italiano, Silvio Berlusconi, lideraram um movimento por mudança no Tratado de Schengen, que estabeleceu a livre circulação de pessoas entre 25 países da Europa.

A tese de Sarkozy e Berlusconi ganhou apoio imediato de outros líderes europeus – o governo da Dinamarca foi o primeiro a romper unilateralmente o Tratado de Schengen –, que temem a avalanche de migrantes do norte da África e de outros países árabes.

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