"Esta é uma ação totalmente ilegal inspirada pelo regime do Chávez na Venezuela", disse o embaixador de Honduras junto à ONU, José Delmer Urbizo, sobre pedidos de que fosse barrado da sede da organização internacional em Genebra| Foto: Reuters

Discordâncias em relação a quem deve representar Honduras na ONU atrapalharam a sessão de abertura do Conselho de Direitos Humanos da organização na segunda-feira, que vai tratar dessa questão contenciosa, da Faixa de Gaza e outras questões.

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Delegações latino-americanas lideradas pela Argentina e o Brasil protestaram contra a presença de Honduras, que não tem lugar votante no organismo, com sede em Genebra e composto de 47 membros, mas buscou participar como observador, como dezenas de outros países normalmente fazem.

Negociações a portas fechadas para discutir se o país centro-americano, cujo presidente Manuel Zelaya foi deposto num golpe militar em junho, estava corretamente representado atrasaram em três horas o início da sessão do Conselho de Direitos Humanos.

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José Delmer Urbizo, embaixador de Honduras junto à Organização das Nações Unidas (ONU), criticou os pedidos para que fosse barrado do recinto da ONU e insistiu que permaneceria no local.

"Esta é uma ação totalmente ilegal inspirada pelo regime do (presidente Hugo) Chávez na Venezuela", disse ele a jornalistas. "Não abandonarei meu posto."

O golpe em Honduras vem elevando as tensões políticas na América Latina, e o líder hondurenho "de facto" Robert Micheletti está sob pressão de Washington e outros países para deixar o poder. Novas eleições estão previstas para novembro.

Delmer Urbizo é embaixador hondurenho na ONU há três anos, primeiro como representante do governo de Zelaya e agora do governo que tomou o lugar deste. O Conselho de Direitos Humanos iria tratar das questões levantadas pelo Brasil e a Argentina na tarde de segunda-feira.

Devido ao atraso, o discurso de abertura da alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, foi adiado para mais tarde na segunda ou a manhã de terça.

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No discurso, cujo teor foi divulgado antes da abertura do Conselho, Pillay diz que mulheres em todo o mundo lhes têm negadas liberdades fundamentais e citou preocupações especiais com relação aos Estados do Golfo, o Sudão e o Afeganistão.

Alegações de crimes de guerra

Além de voltar à questão de Honduras, o conselho, em sua mais recente sessão de três semanas de duração, vai avaliar violações dos direitos humanos em todo o mundo, incluindo alegações de crimes de guerra que teriam sido cometidos durante a invasão por Israel da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, em dezembro e janeiro.

É a primeira sessão da organização na qual uma delegação dos EUA participa como membro votante, depois de ter sido eleita em maio. A previsão é que Washington dê apoio a Israel, seu aliado estreito, na discussão sobre a Faixa de Gaza, marcada para 29 de setembro.

Ao mesmo tempo em que citou alguns avanços positivos na região do Golfo - incluindo a eleição de quatro mulheres ao Parlamento do Kuweit e a nomeação da primeira vice-ministra mulher na Arábia Saudita, o texto de Pillay diz que "de modo global, a situação das mulheres está muito aquém dos padrões internacionais".

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