Os conflitos políticos obrigaram o governo boliviano a dobrar o número de pessoas que realizam tarefas de regularização fundiária no leste e no sul do país. Nessas regiões, a reforma agrária impulsionada pelo presidente Evo Morales é rechaçada pelos opositores. O reforço foi determinado na semana passada, ante o anúncio de protestos da oposição, mas a regularização continuará, afirmou o porta-voz do Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA), Franco Grandi.
Líderes cívicos do Chaco, no sul boliviano, cortaram nesta segunda-feira (25) rotas para a Argentina, o Paraguai e o interior do país. Eles protestavam contra a reforma constitucional e de terras impulsionada por Evo. Na região estão 85% das reservas de gás e petróleo do país. Os opositores exigiram que os funcionários encarregados das perícias no campo deixassem a região.
Não é o primeiro incidente desse tipo. Em abril, funcionários foram expulsos por fazendeiros de Alto Parapetí, no Chaco. No conflito estava envolvido o fazendeiro norte-americano Ronald Larsen. Na zona há 150 mil hectares de terras em processo de regularização, que serão entregues aos indígenas guaranis, segundo Grandi. Mas empresários do setor agrícola acusam o governo de buscar legalizar terras em favor de seus partidários.
Desde o início do processo de regularização, há mais de duas décadas, foram titulados 32,8 milhões de hectares, de um total de 106 milhões que devem ser legalizadas. O maior avanço ocorreu na atual administração, segundo o INRA. Evo promove a reforma agrária com uma lei que permite a reversão de latifúndios improdutivos. Mas a norma é questionada pelos empresários, que consideram a medida "confiscatória" e pediram sua revisão.
Paralisação
A interrupção em estradas iniciada nesta segunda no Chaco não teve o efeito esperado pela oposição. Nesta terça ainda estavam interrompidas algumas rotas nessa área, segundo rádios locais.
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