A crise política em Portugal pode levar o país a pedir um pacote de resgate da União Europeia (UE), seguindo o exemplo de Grécia e Irlanda. O alerta foi dado pelo próprio ministro de Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, que tem até amanhã para buscar um acordo com os partidos de oposição e garantir a sobrevivência do governo.
"Se acontecer uma crise política neste momento, vai criar grandes dificuldades ao país para acessar o mercado financeiro (para solicitar empréstimos) e acredito que isso implicará um risco em nossa capacidade de financiamento", disse, durante encontros em Bruxelas entre os ministros do bloco exatamente para definir a forma que futuros pacotes de resgate e condicionalidades serão aplicadas a governos europeus a partir de 2013. "Neste momento, a crise política contribui efetivamente para empurrar o país para os braços da ajuda estrangeira."
Portugal vive não apenas uma crise financeira, mas uma paralisia em torno das medidas que deve tomar. Os partidos de oposição declararam que não vão aceitar a proposta do governo de aprovar novas medidas de austeridade. Com a maioria dos votos no Parlamento, a oposição provocaria a queda do governo se o Executivo optasse por colocar em votação a nova reforma.
Na semana passada, o primeiro-ministro José Sócrates afirmou que vai pedir demissão se o pacote não for aprovado. Um primeiro debate poderia ocorrer amanhã. Mas Sócrates procura adiar a votação até quinta-feira para tentar ainda costurar uma aprovação e evitar uma derrota do governo. A nova alta em impostos e cortes de gastos têm como meta garantir que o déficit público de Portugal passe de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para 4,6% em 2011. Para 2012, a obrigação é de que esteja abaixo de 3%.
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