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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, autorizou nesta segunda-feira (19) a quebra do sigilo do material de inteligência utilizado pelo promotor do "caso Amia", Alberto Nisman, para denunciar a governante por suposto encobrimento de terroristas e revelar a identidade dos espiões também acusados. Através de dois comunicados, o secretário de Inteligência do país, Óscar Parrilli, solicitou "a desclassificação da identidade, das ações, dos fatos e das circunstâncias correspondentes ao pessoal de inteligência" que surgem das intercepções telefônicas entregues por Nisman à Justiça.

Parrilli, considerado um dos homens mais próximos da presidente, tomou esta decisão, que tinha sido solicitada dias atrás por Nisman, para "brindar a colaboração necessária" em meio à comoção provocada pela surpreendente morte do promotor, cujo corpo foi encontrado na madrugada de hoje com um tiro na cabeça em seu apartamento em Buenos Aires.

Nisman, promotor especial a cargo da investigação sobre o atentado à associação mutual judaica Amia em 1994, foi encontrado morto hoje em seu apartamento no bairro nobre de Puerto Madero com um tiro na cabeça.

O secretário de Inteligência ordenou também a identificação dos espiões que foram denunciados por Nisman "com efeito de proceder à suspensão do sigilo dos mesmos".

As cartas do secretário de Inteligência estão destinadas à juíza María Servini de Cubría, do Tribunal Nacional na Vara Criminal e Correcional Federal número 4 de Buenos Aires.

Após oito anos de investigações, Nisman denunciou na quarta-feira passada Cristina Kirchner por considerar que o memorando de entendimento aprovado em janeiro de 2013 com o Irã incluía um suposto encobrimento dos suspeitos do atentado à Amia, em troca da intensificação das relações comerciais e de petróleo iraniano por grãos em um contexto de crise energética na Argentina.

A denúncia, baseada em escutas telefônicas, alcança o chanceler Héctor Timerman, o deputado governista Andrés Larroque, os militantes Luis D'Elia e Fernando Esteche, funcionários da secretaria de Inteligência da presidência argentina, o ex-procurador federal e ex-juiz de instrução Héctor Yrimia e o líder comunitário iraniano Jorge "Yussuf" Khalil.

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