Há mais de uma semana, violentos confrontos entre jovens e policiais sacudem bairros da periferia pobre de Paris. Os confrontos começaram após a morte de dois adolescentes de origem africana em Clichy-sous-Bois.
27 de outubro de 2005 - Os jovens Bouna Traore, de 15 anos, e Zyed Benna, de 17, morrem eletrocutados dentro de uma subestação, onde se esconderam, aparentemente, porque achavam que estavam sendo perseguidos pela polícia. Um terceiro adolescente ficou ferido. Horas depois, cerca de duzentos jovens começam os distúrbios e pelo menos 15 veículos são incendiados.
28 de outubro - No bairro parisiense de Chene-Pointu, cerca de 400 jovens entram em confronto na madrugada com entre 250 e 300 policiais. Sete agentese ficam levemente feridos. Cerca de 300 carros são incendiados.
29 de outubro - Cerca de 500 fazem uma marcha silenciosa em homenagem aos jovens mortos.
30 de outubro - O ministro do Interior, Nicolás Sarkozy, nega que os policiais tenham perseguido os jovens mortos e defende a política de "tolerância zero" contra a violência urbana.
Vários esquadrões da polícia são enviados para Clichy-sous-Bois. Distúrbios eclodem em outras áreas como Clychy, Montfermeil e La Forestiére, onde uma bomba de gás lacrimogênio, do tipo usada pela polícia, foi lançada contra uma mesquita. Pelo menos seis policiais ficam levemente feridos e 15 pessoas são presas.
31 de outubro - As famílias das vítimas se negam a se reunir com Sarkozy e pedem para ser recebidas pelo primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin.
Confrontos à noite em vários lugares perto de Paris terminam com a prisão de 12 pessoas e dezenas de veículos incendiados. A polícia afirma ter controlado a situação após o deslocamento de 400 agentes anti-distúrbios.
1º de novembro - Premier francês recebe as famílias das vítimas, na presença de Sarkozy, e promote esclarecer a circunstância da morte dos jovens.
À noite, a violência se extende por outros departamentos de Seine-et-Marne, Yvelines e Val-d'Oise, onde pequenos grupos, em constante movimento, desafiam a polícia. Cerca de 60 anos são incendiados e 12 pessoas, presas.
2 de novembro - O presidente da França, Jacques Chirac, pede a "volta da calma" e o "respeito às leis". O porta-voz do governo anuncia um plano de ação para zonas urbanas "sensíveis".
Um tribunal de Bobigny, perto de Paris, condena a até 10 meses de prisão alguns dos detidos, em julgamentos rápidos.
Vários edifícios são alvos de vandalismo. Uma explosão durante a madrugada danifica um escritório em Blaye, no norte de Burdeos. Cerca de 315 carros são incendiados em dezenas de locais perto de Paris, na sétima noite de distúrbios. O total de detidos desde o início dos confrontos chegam a 135.
3 de novembro - O premier Villepin se reúne com autoridades regionais e representantes de associações em busca de soluções para os problemas da periferia. As famílias dos jovens eletrocutados entram com uma acusação formal contra a polícia por não assistir a uma pessoa em perigo.
Cerca de 400 veículos são incendiados em novos confrontos, sendo que 150 em uma concessionárias em Seine-Saint-Denis. Distúrbios eclodem em outras cidades como Dijon, no centro-leste, e nos departamentos de Bouches-du-Rhone, no sudeste, Côte-d'Or, no leste, e em Seine-Maritime, no noroeste.
4 de novembro - A violência eclode nos subúrbios pobres do nordeste de Paris. Bombeiros correram para apagar focos de incêndio no subúrbio de Val d'Oise depois que jovens incendiaram cerca de 10 carros e dois prédios, um deles uma padaria.
Em outro subúrbio, Epinay-sous-Bois, cerca de 40 jovens, usando máscaras para esconder seus rostos, depredaram cerca de 10 carros.
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