Um comboio da Cruz Vermelha com ajuda humanitária chegou à cidade síria de Homs e está prestes a entrar no destruído distrito de Baba Amro, informou à Reuters o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) nesta sexta-feira.
O governo sírio autorizou o comboio na quinta-feira, horas depois de os rebeldes deixarem Baba Amro, que passou 26 dias sob cerco. A expulsão das forças da oposição representa uma importante vitória simbólica para o presidente Bashar al-Assad, que há quase um ano reprime com violência o movimento popular pela sua renúncia.
"Estamos em Homs nos preparando para entrar em Baba Amro", afirmou a porta-voz chefe do CICV, Carla Haddad, em Genebra, na Suíça.
Mais cedo, o CICV afirmou que seu comboio de sete caminhões carregados com comida e outras produtos estava indo da capital Damasco para Homs, onde voluntários e ambulâncias do Crescente Vermelho aguardavam para entrar em conjunto no distrito.
O objetivo era começar a entregar ajuda vital e retirar doentes e feridos que precisam de atenção médica.
O Alto Comissariado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou perplexidade com relatos sugerindo que antigas áreas rebeldes estariam sofrendo sangrentas represálias com a chegada das forças do governo.
"Embora não estejamos, a esta altura, em condições de confirmar qualquer desses relatos, gostaríamos de lembrar às autoridades das suas responsabilidades sob o direito internacional", disse o porta-voz Rupert Colville a jornalistas em Genebra.
"É essencial que não haja represálias ilegais, execuções sumárias, torturas ou detenções arbitrárias. E os direitos dos que estão detidos devem ser respeitados."
O Conselho Nacional Sírio, um grupo de oposição, disse que o Exército está cometendo um "massacre" no bairro. De acordo com relatos de ativistas, os militares estão perseguindo e matando insurgentes que permaneceram para dar cobertura ao "recuo tático" dos seus camaradas.
Na última semana, ambulâncias do Crescente Vermelho já retiraram cerca de 30 pessoas de Baba Amro, levando os feridos mais graves para hospitais de Homs.
O CICV disse não saber quantos doentes e feridos precisam de assistência no bairro. Essa agência independente é a única a manter pessoal humanitário na Síria, de onde a ONU foi expulsa.
Na quinta-feira, Rússia e China se somaram a outros países do Conselho de Segurança da ONU para manifestar "profunda frustração" com o veto da Síria à visita da chefe de ajuda humanitária da ONU, Valerie Amos.
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