Cuba permitirá aos trabalhadores privados, pela primeira em meio século, inserir publicidade em um meio de comunicação estatal, uma abertura incluída nas reformas do governo comunista para modernizar sua frágil economia, informou na quinta-feira (8) a imprensa oficial. O governo cubano, que mantém o monopólio sobre os meios de comunicação, permitirá aos que prestam serviços privados inscrever-se na lista telefônica estatal na edição de 2012 para promover e anunciar seus trabalhos de cafeterias, restaurantes e salões de beleza. "Com o objetivo de oferecer à população maior informação de contato sobre os serviços do setor privado, a Empresa de Telecomunicações de Cuba S.A. (Etecsa) oferece a inclusão do segmento de trabalhadores por contra própria nas chamadas Páginas Amarelas da Lista Telefônica", disse o jornal Granma, diário do Partido Comunista, do governo. Segundo números oficiais, mais de 346 mil cubanos prestam serviços particulares, cuja expansão foi autorizada pelo governo do presidente Raúl Castro em outubro de 2010 como parte de um plano de reformas para reativar o modelo econômico.
Crise O governo autorizara pela primeira vez o trabalho privado em 1993, depois da queda da União Soviética, que lançou Cuba em uma forte crise, mas os pequenos negócios "não estatais" estiveram restritos até o ano passado. "O processo de inserção consta de duas etapas. Na primeira, serão publicadas inicialmente duas seções nas Páginas Amarelas: uma com a informação das entidades e outra com as categorias referentes aos produtos e serviços oferecidos pelos trabalhadores por conta própria", disse Patricia Soler, funcionária da Etecsa, citada pelo Granma. Soler acrescentou que a convocação para promover os anúncios estará aberta até o dia 23 de dezembro e os empregados privados deverão pagar 10 pesos conversíveis (Cuc) pela inscrição, o equivalente a cerca de 10 dólares. Ela também detalhou que o setor privado poderá contratar espaços publicitários que incluam fotos e imagens de diferentes tamanhos até chegar a uma página inteira, uma modalidade que estava vetada na ilha.