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Um norte-americano preso no mês passado em Cuba por distribuir equipamentos de comunicação por satélite para dissidentes trabalhava para os "serviços secretos" dos EUA e já vinha sendo investigado, disse um dirigente cubano nesta quarta-feira.

O presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, não revelou o que o governo pretende fazer com o prisioneiro, citado pelo presidente Raúl Castro como prova de que Washington continua sua campanha de cinco décadas para subverter o sistema comunista da ilha.

O homem, detido no começo de dezembro, não teve seu nome divulgado. Diplomatas dos EUA puderam visitá-lo no dia 28, mas deram poucas informações sobre o encontro.

Ele trabalha numa empresa de Maryland chamada Development Alternatives, que disse que ele participava de um programa do governo dos EUA para fortalecer a sociedade civil e promover a democracia em Cuba.

"Trata-se de um homem empregado por uma companhia que tem contratos com os serviços secretos norte-americanos, e que é objeto de investigação", disse Alarcón a jornalistas após uma reunião da Comissão Eleitoral Nacional.

Segundo ele, tal vínculo é parte da tendência de "privatização da guerra" por parte dos EUA, que contrata "agentes, torturadores e espiões."

Questionado sobre a condição do prisioneiro, Alarcón disse: "Posso lhe assegurar que está melhor, muitíssimo melhor, do que as vítimas desses contratados em todo o mundo."

As relações entre EUA e Cuba vivem um momento de declínio, após ligeira melhora no início do governo de Barack Obama, que prometeu "um novo começo" com Havana, após quase 50 anos de rompimento.

Dirigentes cubanos que antes falavam bem de Obama começaram a fazer declarações duras por sua demora em suspender o embargo comercial dos EUA contra a ilha, imposto em 1962.

Raúl disse em discurso na Assembleia Nacional em 21 de dezembro que a prisão do norte-americano é prova de que, apesar das palavras esperançosas de Obama, "o inimigo está tão ativo quanto sempre."

Na terça-feira, o governo convocou o principal diplomata dos EUA em Havana para protestar contra as novas medidas de segurança para voos vindos de Cuba, um dos 14 países sujeitos a medidas adicionais desde o frustrado atentado aéreo do dia de Natal num voo Amsterdã-Detroit, atribuído à Al Qaeda.

Cuba está numa lista de países que o Departamento de Estado considera serem "patrocinadores do terrorismo", algo contra o que líderes cubanos há anos protestam.

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