Cuba agradeceu no sábado a preocupação dos Estados Unidos com os danos provocados pelo furacão Gustav, mas disse que, se Washington realmente quer ajudar, deveria levantar o embargo econômico que impõe à ilha há meio século.

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Os EUA ofereceram na quarta-feira enviar ajuda humanitária às vítimas do Gustav, mas não através do governo comunista de Raul Castro, e sim de uma "organização apropriada".

No sábado Cuba enviou ao Departamento de Estado americano uma nota em que "agradece as expressões de pesar do governo dos Estados Unidos".

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"A única coisa correta (...) seria eliminar de modo total e definitivo o férreo e cruel bloqueio econômico, comercial e financeiro aplicado há quase meio século contra nossa pátria (...) e que, segundo cálculos conservadores, provoca anualmente danos superiores aos gerados pelo furacão Gustav", disse a chancelaria cubana em comunicado.

Desde 1962 os EUA impõem um embargo comercial contra Cuba. Havana diz que o embargo dificulta seu desenvolvimento econômico e provoca bilhões de dólares em perdas.

"Se o governo dos EUA tem uma vontade real de cooperar com a população cubana diante da tragédia do furacão, solicitamos que autorize a venda a Cuba de materiais indispensáveis e suspenda as restrições que impedem empresas americanas de oferecer créditos privados a nosso país para comprar alimentos nos EUA", disse a chancelaria.

Cuba ainda não divulgou o impacto econômico do Gustav, que fustigou a ilha no sábado da semana passada com um furacão de categoria 4, com ventos de 240 quilômetros por hora, danificando mais de 100 mil casas e destruindo plantações e a infra-estrutura civil.

De acordo com o governo cubano, o furacão não causou mortes.

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A resposta cubana a Washington foi dada enquanto outro furacão, o Ike, avança pelo Atlântico em direção a ilha, ameaçando-a.

De acordo com os prognósticos, Ike, um furacão de categoria 4, pode chegar a Cuba por sua ponta oriental e percorrer a ilha, para então emergir no Golfo do México na altura de Havana, cidade de cerca de 2 milhões de habitantes.