O ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, afirmou nesta terça-feira que Cuba vai libertar todos os presos políticos e não apenas os do chamado "Grupo dos 75". Moratinos disse no Parlamento que as libertações começaram pelos 52 presos - dos quais sete chegaram nesta terça-feira a Madri - integrantes do grupo de pessoas que foi detido e julgado em 2003 sob acusações de receber dinheiro e orientação do governo dos Estados Unidos e seus aliados para destruir a revolução cubana.
Mas o chanceler afirmou que essas não serão as únicas libertações. Segundo ele, o governo de Raúl Castro se comprometeu, nas negociações com a Igreja Católica cubana, a libertar todos os presos políticos do país. Moratinos disse que agora será necessário avaliar a quantidade de pessoas presas em Cuba que podem ser consideradas como presos políticos ou de consciência. Segundo um relatório da organização não governamental Comissão dos Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, existem 167 presos políticos na ilha.
Sobre os sete dissidentes que chegaram à Espanha, Moratinos disse que são pessoas livres e poderão decidir para onde ir. Ele disse que pretende convencer seus colegas europeus a eliminar a Posição Comum da União Europeia, texto que desde 1996 condiciona as relações plenas de Bruxelas com Havana a mudanças no sistema comunista da ilha.