Os primeiros sete presos políticos cubanos de um grupo de 52 que será libertado pelo governo de Cuba chegaram nesta terça-feira à Espanha para viverem como exilados graças a um acordo histórico entre Havana e a Igreja Católica.
Os sete, aparentemente bem de saúde, chegaram junto a seus familiares a bordo de dois aviões que aterrissaram no aeroporto de Barajas, em Madri, com intervalo de uma hora no início da tarde, segundo as imagens da televisão.
"O exílio para nós é um prolongamento da luta e se pode lutar de muitas formas, mas nós temos plena fé na palavra, plena fé no diálogo e extraordinária fé de que a mudança é inevitável", disse o dissidente Ricardo González Alfonso ao ler um comunicado em nome de todo o grupo.
González, além de Omar Ruiz Hernández, Antonio Villarreal Acosta, Julio César Gálvez, José Luis García Paneque, Lester González Pentón e Pablo Pacheco, faz parte do grupo de 20 que aceitou ir à Espanha, onde receberão ajuda inicial como refugiados.
Cuba decidiu na semana passada libertar 52 presos de consciência, numa medida aplaudida internacionalmente que faz antever uma melhora nas relações com os Estados Unidos e com a Europa, que afirmam que cobram do governo cubano o respeito aos direitos humanos.
A libertação antes de outubro dos 52 opositores, de um grupo de 75 condenados em 2003 a penas entre 6 e 28 anos por se opor ao governo, é uma vitória contundente do inesperado diálogo iniciado em maio entre o governo de Cuba e a Igreja Católica.
Um diplomata espanhol em Havana disse à Reuters por telefone que o segundo grupo de presos políticos sairia nesta terça-feira com suas famílias rumo à Espanha, mas não revelou quantos embarcarão.
"Hoje (terça-feira) também seguirá e haverá mais, porém não posso entrar em detalhes", disse ele, que pediu para não ser identificado sob o argumento de que "a informação está sendo divulgada desde Madri".
"Vai de pouco em pouco devido aos trâmites administrativos. Na medida em que (os trâmites) vão se completando, eles irão viajando", acrescentou.
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