Ansiosos pelo reaparecimento de seu ídolo, o líder Fidel Castro, seus defensores preparam-se para comemorar os 80 anos do cubano com ou sem o aniversariante.

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Fidel não é visto em público desde o dia 26 de julho, e chocou o país no dia 31 ao transmitir o poder a seu irmão, depois de uma cirurgia gástrica.

- Esperamos que Fidel nos diga alguma coisa no domingo. Tenho certeza que uma hora ele vai aparecer - disse o aposentado Roque Mejías, 74, que caminhava no bairro Vedado, em Havana. - Estamos muito esperançosos na recuperação dele.

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Dezenas de músicos vão se apresentar na noite de sábado no "Palco Antiimperialista", diante da missão diplomática dos Estados Unidos em Havana, na avenida Malecon, que fica na frente do mar. Eles pretendem tocar até a meia-noite e então cantar "Parabéns a Você" para Fidel.

Alguns cubanos farão o que as autoridades chamaram de "trabalho voluntário" para homenagear o revolucionário e demonstrar apoio a seu governo comunista.

Empregados da indústria do açúcar vão trabalhar quatro horas a mais nas plantações de cana, disseram as autoridades. Organizações da juventude comunista vão levar trabalhadores a construções e outros locais.

Não havia novidades na sexta-feira sobre o estado de saúde de Fidel. As autoridades dizem que ele está se recuperando e que deve voltar à chefia do governo daqui a semanas, ou talvez meses.

Seu aliado Hugo Chávez, presidente da Venezuela, disse na quinta-feira que Fidel está "lutando uma grande batalha pela vida".

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Nem Fidel nem seu irmão mais novo, o presidente interino Raúl Castro, apareceram em público desde o anúncio da operação, no dia 31 de julho. Para muitos cubanos não está muito claro quem está comandando o país.

- Quero vê-lo, quero ouvi-lo dizer que está melhor. Nós o amamos muito - disse Agustina Rodríguez, 63.

Boatos de que Fidel está morto circulam na comunidade de exilados cubanos em Miami.

Mesmo que não esteja, vários dos exilados torcem para que seja seu último aniversário.

- A melhor coisa que ele pode fazer é morrer, para que toda essa desgraça acabe - disse Huber Matos, que lutou ao lado de Fidel em 1959, mas depois foi condenado por traição e hoje mora em Miami.

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Em Cuba, os dissidentes que se opõem ao regime unipartidário de Fidel e que lutam pela democracia não têm tanta certeza de que o domínio do líder esteja no fim, nem que Raúl esteja governando.

- Não acredito que ele esteja morto. Ele ainda está no comando de Cuba - disse Vladimiro Roca, filho de um dos pioneiros do comunismo cubano, e que passou cinco anos preso por criticar a política econômica de Fidel. - Senão Raúl já teria aparecido.

Os Estados Unidos ainda torcem para uma mudança na ilha.

- Quando uma hélice se desprende de um helicóptero, ele cai. Quando um líder supremo desaparece de um regime autoritário, o regime autoritário patina - disse na sexta-feira o secretário-assistente de Estado dos EUA, Thomas Shannon.

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