Os motoristas também temhobbies, nas horas de folga| Foto: Divulgação/Desiderata Produtora

Os países que estão na rota do furacão "Dean" concluem os preparativos para enfrentar as conseqüências dos ventos de até 295 km/h. Enquanto isso, a Jamaica tenta aliviar os danos causados por sua passagem e mantém estritas medidas de segurança para evitar os saques e a violência nas ruas.

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O "Dean" deve passar pelo México na madrugada de segunda para terça-feira na categoria 5 -a mais forte. As autoridades mexicanas declararam "alerta vermelho" (risco máximo) no estado de Quintana Roo, na Península de Iucatã.

Este é o primeiro furacão da temporada no Atlântico Norte e deixou pelo menos nove mortos ao passar por Santa Lúcia, Dominica, República Dominicana, Jamaica e Haiti.

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A região sudeste do México é uma das mais turísticas do país. É lá que fica, por exemplo, Cancún, meca dos turistas brasileiros no Caribe. Mas essa área está em "alerta laranja" (alto perigo) -isto é, com menos risco de destruição.

Remoção

Antes da meia-noite de segunda-feira, Tulum, Chetumal, Isla Mujeres e Cancún devem fechar os aeroportos e cancelar todo o tráfego aéreo.

Nas últimas horas, começaram as remoções em 34 comunidades indígenas do sul de Quintana Roo.

O presidente do México, Felipe Calderón, está no Canadá, onde participa de uma cúpula trilateral com os governantes dos Estados Unidos e do país anfitrião. No entanto, ele enviou para a região o secretário de governo, Francisco Ramírez Acuña, que deve encontrar ministros no local.

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A Defesa Civil, com base nas previsões meteorológicas, informou que o "Dean" se movimenta a 33 km/h, acompanhado de ventos de até 295 km/h.

Rastro de destruição

Enquanto o México se prepara, outros países estão enfrentando agora as conseqüências do "Dean".

Autoridades da República Dominicana, de onde o furacão saiu no domingo, informaram hoje o desaparecimento de cinco pescadores. Eles estavam em um barco que virou em um lago artificial no norte do país, devido aos ventos causados pelo furacão.

O diretor da Defesa Civil dominicana, Andrés Reyes, disse que os desaparecidos, assim como três homens que conseguiram chegar às margens do lago, estavam pescando na noite de domingo. Eles estavam no reservatório da represa de Tavera, em Santiago, segunda maior cidade dominicana.

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Já Cuba respirou aliviada hoje devido aos poucos danos causados pelo "Dean" no litoral leste do país.

Esta noite, em sua trajetória em direção ao México, o furacão atravessou o litoral sul da Jamaica e causou fortes ressacas e chuvas no leste de Cuba. Não há informações sobre mortos ou graves danos materiais, segundo a imprensa oficial.

No domingo, milhares de pessoas foram retiradas das áreas de risco, em sua maioria nas províncias do leste do país e em Pinar del Río, no oeste. Elas devem retornar gradativamente nas próximas horas.

A trajetória do furacão "Dean", deixando Cuba e indo para Iucatã, "alivia a preocupação que tínhamos com a região oeste, mas, estando um furacão ao sul de Cuba, sempre o vigiaremos", afirmou no domingo à noite o chefe do Centro de Previsões do Instituto de Meteorologia cubano, José Rubiera.

A preocupação é agora mais intensa em Honduras, onde as autoridades declararam hoje "alerta vermelho" no arquipélago caribenho das Ilhas da Bahía, com a possível aproximação do furacão "Dean". O "alerta amarelo" (prevenção) já estabelecido foi estendido a outras áreas do país. Brasileiros em Cancún

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Os brasileiros que estão em Cancún, um dos pontos turísticos mais visitados do México, estão se preparando para a chegada do furacão "Dean".

Segundo o músico César Kiles, que está hospedado com sua mulher no Hotel Oasis, os turistas receberam orientação para se dirigirem para o abrigo subterrâneo do hotel caso o furacão passe pela região.

"Soubemos do furacão anteontem, pela televisão. O hotel passou um informe avisando que talvez a gente tenha de ir para um abrigo que fica aqui embaixo", disse Kiles, em entrevista por telefone ao G1.

Kiles está em Cancún para passar a lua-de-mel com sua mulher, Aline, e disse que ainda não viu muitos indícios do furacão "Dean". "Por enquanto, o tempo está bom. Só o mar que está um pouco agitado, tem um pouco mais de onda", contou.

César disse que ficará em Cancún até o próximo sábado e não está preocupado com a possibilidade de o furacão estragar sua viagem.

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"Não estou preocupado, não. Temos esperança de que tudo vai dar certo. O pessoal aqui está acostumado com furacões, então eles devem tirar isso de letra", concluiu o músico. Ilhas Cayman

O furacão "Dean" também está provocando transtornos para os brasileiros que vivem nas Ilhas Cayman, que ficam entre a Jamaica e Cuba.

Segundo o brasileiro Thiago Brandão da Cunha, há muita chuva e vento, e o governo decretou toque de recolher desde as 10h da manhã de domingo (19).

"É muito vento, chuva e algumas partes da cidade já estão alagadas. A orientação que recebemos é para ficar em casa ou procurar os abrigos públicos", disse o brasileiro, em entrevista por telefone ao G1. Ele mora há quatro anos na Grand Cayman (uma das ilhas do arquipélago) e já sentiu na pele as conseqüências de um grande furacão.

"Em 2004, o (furacão) Ivan passou por aqui e foi assustador. A sensação é que você vai morrer. Naquela ocasião, o telhado da minha casa voou e ficamos numa parte pequena da sala onde sobrou um pouco do teto. Perdi roupas, equipamentos eletrônicos... é uma destruição total, é absurdo", contou Thiago, que é o técnico da seleção feminina de futebol local.

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