O edifício de sete andares na famosa orla do “Malecón”, em Havana, tem por décadas sido um marco da rivalidade mais duradoura da Guerra Fria.
Em carta, Fidel Castro reivindica que EUA paguem indenização a Cuba
O líder cubano Fidel Castro criticou os Estados Unidos por terem enriquecido após a Segunda Guerra Mundial e reivindicou o pagamento de uma indenização de Washington por danos contra a ilha comunista.
Leia a matéria completaJogos de espionagem e truques sujos foram conduzidos por e contra autoridades dos Estados Unidos que trabalharam dentro da estrutura bege, sem nenhuma característica arquitetônica de destaque, embora esteja entre os prédios mais famosos de Havana.
O governo comunista de Cuba organiza protestos regulares em frente ao edifício e certa vez tentou invadi-lo para convertê-lo no Ministério da Pesca.
Agora, a embaixada dos EUA é um símbolo da nova e mais amigável relação entre Washington e Havana.
Construída em 1953, a embaixada funcionou em estreita colaboração com o presidente de Cuba à época, Fulgencio Batista, até ele ser deposto pelos revolucionários liderados por Fidel Castro, em 1959.
Não se sabe quantas das tentativas de assassinato de Fidel Castro apoiadas pelos EUA -- que segundo Cuba foram mais de 600 -- foram planejadas no local.
Washington rompeu relações diplomáticas com o governo de Fidel Castro em 1961, três meses antes da tentativa de invasão fracassada de cubanos exilados armados pelos EUA à Baía dos Porcos, e o prédio permaneceu em sua maior parte desocupado até 1977, quando reabriu com a denominação de Seção de Interesses dos EUA.
Logo foi retomado o jogo sujo de espionagem da Guerra Fria.
“Tudo em Cuba está grampeado, até os cosqueiros”, disse James Cason, diretor da missão norte-americana em Cuba entre 2002 e 2005.
Os norte-americanos também possuíam seus próprios espiões infiltrados, é claro.
“Não éramos um ninho de espiões sob nenhum aspecto, mas havia algumas pessoas lá que trabalhavam no setor de inteligência”, disse Wayne Smith, um ex-diplomata dos EUA que trabalhou na embaixada entre 1958 e 1961 e depois retornou em 1977.
Desde a histórica reaproximação entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, no fim do ano passado, as tensões da Guerra Fria foram significativamente reduzidas, e o antigo prédio no Malecón voltou a se tornar formalmente uma embaixada em 20 de julho, com o restabelecimento das relações diplomáticas.
Clima e super-ricos: vitória de Trump seria revés para pautas internacionais de Lula
Nos EUA, parlamentares de direita tentam estreitar laços com Trump
Governo Lula acompanha com atenção a eleição nos EUA; ouça o podcast
Pressionado a cortar gastos, Lula se vê entre desagradar aliados e acalmar mercado