A China disse que o Conselho de Segurança da ONU não deve se apressar em agir contra o governo sírio enquanto inspetores internacionais não concluírem uma investigação sobre o suposto uso de armas químicas.
Em declarações divulgadas pela agência estatal de notícias Xinhua, nesta sexta-feira (30), o chanceler Wang Yi disse em telefonema ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que Pequim apoia plenamente uma inspeção livre e objetiva, isenta de pressões externas.
A oposição síria acusa as forças do presidente Bashar al-Assad de terem matado centenas de civis com um ataque de gás contra subúrbios rebeldes de Damasco, na semana passada. O governo diz que os rebeldes cometeram o ataque.
Uma equipe da ONU que já estava na Síria antes do incidente visitou os subúrbios atingidos e colheu amostras para a realização de exames. O grupo deixa a Síria no sábado, e em seguida deve apresentar suas primeiras conclusões sobre o ataque.
"Antes que a investigação descubra o que realmente aconteceu, todas as partes deveriam evitar prejulgar os resultados, e certamente não deveriam pressionar incisivamente o Conselho de Segurança a agir", disse Wang a Ban, segundo a Xinhua.
O ministro acrescentou que a força militar não contribuirá para resolver a guerra civil síria, iniciada há dois anos e meio, e que essa opção ainda poderá causar mais turbulências no Oriente Médio. "Uma resolução política ainda é a única saída", afirmou.
Em outras conversas, com o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, e com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, Wang disse que os responsáveis pelo uso de armas químicas devem ser responsabilizados.
Ele disse também que é preciso agir com calma e moderação. "Adotar uma ação unilateral dificultará a solução da questão, e sua legalidade irá atrair dúvidas", afirmou. "Todos os lados devem estar pedindo a paz e pressionando por negociações."
Os EUA e seus aliados têm discutido abertamente nos últimos dias a possibilidade de realizar bombardeios aéreos para punir Assad pelo uso de armas químicas. Na quinta-feira, no entanto, autoridades norte-americanas admitiam não haver provas conclusivas de que o presidente ordenou pessoalmente o ataque com gás.
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