A repentina saída do presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, na maior crise política do país desde o apartheid, deixou muitos sul-africanos nervosos e inseguros.

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As pessoas já haviam se acostumado à longa e amarga rivalidade entre Mbeki e Jacob Zuma, que o substituiu em dezembro no cargo de líder do partido governista, o Congresso Nacional Africano (CNA).

Mas depois que o CNA forçou Mbeki, no sábado, a concordar em renunciar à presidência, muitos receiam a possibilidade de o país cair num limbo político até a realização de eleições gerais no ano que vem, para as quais Zuma é o franco favorito.

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"Eles deveriam tê-lo deixado cumprir seu mandato. As pessoas no governo têm experiência. Eles podem sair. Agora não temos idéia do que vai acontecer", disse Peter Mathonsi, de 28 anos, vendedor de malas. "Não gosto de Mbeki. Mas isto não esta certo."

A gerente de salão de cabeleireiro Nicole Carromea, de 25 anos, está assustada tanto com o modo como o CNA conseguiu facilmente forçar Mbeki a deixar o cargo como pela perspectiva de uma África do Sul comandada por Zuma, que tem escapado de acusações de corrupção e foi julgado num processo por estupro, do qual foi inocentado.

"Imagino que dinheiro e poder possam fazer qualquer coisa. É assustador. É hora de analisar a idéia de voltar para Portugal", disse Carromea, nascida na África do Sul, cujos pais são imigrantes portugueses.

A decisão de Mbkei renunciar foi tomada depois que no dia 12 de setembro um juiz retirou acusações de corrupção contra Zuma e sugeriu que houve interferência política no caso. Isso enfureceu militantes pró-Zuma no CNA que conduziram a pressão para remover Mbeki da presidência do país.

O secretário geral do CNA, Gwede Mantashe, disse que o partido está comprometido com a estabilidade e um governo forte.

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Lizel Oschger não está tão certa. Ela teme que a turbulência política possa significar que Zuma se tornará o próximo Robert Mugabe, o presidente do vizinho Zimbábue, onde a economia está arruinada depois de três décadas com Mugabe comandando o país com punho de ferro.

O fim da rivalidade entre Mbkei e Zuma trouxe algum alívio para Ben Pierre Macherbe, de 42 anos, do ramo imobiliário, apesar de ele ter algumas reservas em relação a Zuma.

"Zuma é popular, mas não é um estadista. Desde que tenhamos alguém que possa atuar como um estadista para Zuma, nós vamos estar bem", disse Macherbe.

Desde que assumiu o poder, em 1999, Mbeki tem conduzido o país por uma década de crescimento econômico, o mais longo período de expansão na sua história. Mas ele é amplamente criticado por não enfrentar problemas centrais da África do Sul, como pobreza, crime e Aids.

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