O caso
Para Promotoria, diretor do FMI forçou ato sexual; defesa diz ter sido consensual.
Hora a hora
Sexta-feira (13 de maio)
Dominique Strauss-Kahn se hospeda no hotel Sofitel, em Manhattan (Nova York), em suíte de US$ 3.000.
Sábado (14 de maio)
Meio-dia Segundo a acusação, camareira entra no quarto e se depara com diretor do FMI nu; francês a agarra e obriga a praticar sexo oral, além de tentar, sem sucesso, estuprá-la. (Inicialmente, defesa disse que Strauss-Kahn almoçava com a filha nesse horário, mas deve mudar estratégia e alegar que houve sexo consensual.)
12h28 Strauss-Kahn faz o check-out do hotel, mas esquece seu celular. (Acusação alega tentativa de fuga; defesa diz que francês foi almoçar com a filha, o que denotaria falta de pressa.)
13h30 Polícia chega ao Sofitel.
15h30 Strauss-Kahn liga para o hotel à procura de seu celular e diz estar embarcando para a França.
16 horas Francês embarca, no aeroporto JFK (Nova York), no voo 23 da Air France, com destino a Paris.(Horário do voo, para acusação, indica pressa em deixar país; defesa diz que passagem já estava comprada, e Strauss-Kahn tinha encontro de trabalho com alemã Angela Merkel no domingo.)
16h30 Policiais detêm diretor-geral do FMI já acomodado na 1ª classe a 2 min da decolagem.
Fonte: Graphic News e New York Post
Franceses acreditam em complô contra diretor do FMI
Pesquisa feita na França mostra que 57% dos franceses dizem acreditar que o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, tenha sido vítima de um complô. DSK, como é conhecido em seu país, foi preso em Nova York no último final de semana, acusado de agressão sexual, cárcere privado e tentativa de estupro de uma camareira. A sondagem foi feita pelo instituto CSA e publicada ontem no site do jornal francês Le Fígaro, um dos mais tradicionais do país.
Os advogados de defesa de Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) acusado de abuso sexual e tentativa de estupro de uma camareira, alegam que podem ter havido relações sexuais consentidas entre os dois, segundo publicou ontem o jornal New York Post. "As provas, a nosso ver, não apontam para um encontro realizado pela força", disse ao jornal o famoso criminalista Benjamin Brafman, conhecido por ter representado estrelas da música nos Estados Unidos, como Michael Jackson e o rapper Jay-Z.
Segundo uma fonte anônima próxima à defesa de Strauss-Kahn e citada pelo jornal nova-iorquino, "pode ter havido consentimento" da camareira, da qual a única coisa que se sabe é que se trata de uma imigrante africana de 32 anos.
A versão da defesa destoa significativamente da apresentada pela Promotoria de Manhattan, que afirma que o francês "fechou a porta do quarto de seu hotel para evitar que a vítima, uma empregada de limpeza do estabelecimento, pudesse escapar".
"Ele pegou sua vítima pelo peito sem seu consentimento e tentou tirar sua roupa íntima e, além disso, manuseou sua região vaginal", declarou a Promotoria, que acrescentou que Strauss-Kahn "tentou duas vezes introduzir seu pênis na boca da vítima à força".
Trauma
A camareira que acusou o diretor do FMI é descrita por vizinhos e seu advogado como uma imigrante simples, que agora teme por seu futuro. "Para ela, o mundo virou de cabeça para baixo", disse à CNN o advogado Jeff Shapiro. "Ela é uma pessoa trabalhadora, uma mãe solteira que sustenta uma jovem de 15 anos. Elas vivem juntas e ela estava feliz por ter um emprego, com o qual era capaz de garantir abrigo e comida para ambas", acrescentou Shapiro.
"Desde que isso aconteceu, ela não tem conseguido ir para casa. Ela não consegue voltar ao trabalho e não tem ideia de como será seu futuro", afirmou. "Além do que aconteceu no quarto de hotel, o trauma que tomou conta de sua vida é extraordinário", observou.
Enquanto a Justiça americana delibera sobre o caso, Strauss-Kahn está preso em uma cela individual na prisão de Rikers Island em Nova York, um enorme complexo localizado em uma ilha no East River que já foi cenário de inúmeros filmes e séries de televisão como "Law & Order".
Revelação de francesa sobre assédio complica Strauss-Kahn
As denúncias contra o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, feitas por uma camareira de um hotel em Nova York encorajou a escritora e jornalista Tristane Banon a acusar o francês de um caso de assédio sexual ocorrido em 2002.
A escritora disse que não apresentou queixa na época em que o suposto crime ocorreu porque sua mãe, uma vereadora local do Partido Socialista, a convenceu a não instaurar um processo contra um político que era um amigo da família. Ela disse à tevê francesa que agora se arrependeu da decisão.
Não é a primeira vez que Strauss-Kahn se vê envolvido em polêmicas deste tipo. Em 2008, pouco depois de assumir o comando do FMI, ele admitiu ter tido um caso com uma funcionária do organismo, Piroska Nagy, casada com um ex-presidente do Banco Central argentino.