A delegação do governo da Síria seguirá participando das negociações de paz asseguraram representantes de ambas as equipes nesta terça-feira (28) em Genebra.
Ao término da reunião desta manhã, o mediador deste processo de paz, Lakhdar Brahimi, comunicou a ambas as partes que não haveria reunião pela tarde, o que imediatamente fez surgir especulações sobre a ruptura das negociações.
Contudo, o vice-ministro de Relações Exteriores da Síria, Faisal Makdad, desmentiu. Ele assegurou que as conversas continuarão amanhã.
"Amanhã retornaremos para continuar as conversas, e hoje pela tarde dedicaremos as consultas internas", declarou Makdad.
Por sua vez, um dos porta-vozes da Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias (CNFROS), Obaida Nahas, garantiu que a equipe negociadora da oposição voltará amanhã à sede da ONU em Genebra para continuar o processo.
A CNFROS é a aliança que negocia este processo de paz com o governo sírio, em nome de um importante setor da oposição dentro do país árabe e no exílio.
Makdad deu a entender que o clima da reunião foi rarefeito quando sua delegação fez menção à suposta decisão do Congresso dos Estados Unidos de continuar fornecendo armas a grupos rebeldes considerados moderados.
Os representantes do regime de Bashar al-Assad leram uma declaração na qual assinalaram que tal decisão contradiz o espírito do Comunicado de Genebra, roteiro para este processo estipulado pelos Estados Unidos, Rússia e a ONU.
"É uma má mensagem para esta conferência de paz", declarou o vice-ministro depois perante os jornalistas.
"Os EUA tomaram a decisão de voltar a armar grupos terroristas na Síria", informou o texto governamental, no qual a delegação de Makdad inclusive propôs à oposição colocar sua assinatura.
No entanto, a delegação opositora tem uma opinião diametralmente oposta e elogiou à medida que teria sido adotada em uma sessão secreta no Capitólio.
Nestas circunstâncias, foi o mediador Brahimi que decidiu que as reuniões só retomarão amanhã.
Contudo, o vice-ministro disse que sua equipe estava decepcionada porque, no seu entender, o assunto mais urgente a ser tratado é a maneira de cessar a violência na Síria, um aspecto que "a outra parte descuida".