Deputados israelenses aprovaram nesta quarta-feira (3) a dissolução do Knesset (Parlamento) com 84 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção, abrindo caminho para a realização de eleições antecipadas. A votação ocorre um dia após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, de direita, demitir dois ministros centristas de seu governo.
Líderes dos partidos marcaram a nova disputa legislativa para 17 de março. A data consta no projeto de lei de dissolução que deverá ser submetido a mais três leituras no plenário do Knesset na próxima semana.
A antecipação da disputa vai custar caro ao contribuinte US$ 500 milhões , o que provocou críticas à decisão do premier. Duas pesquisas divulgadas por emissoras de TV na terça-feira mostraram o partido de Netanyahu, o Likud, como favorito para ser o maior do Parlamento mais uma vez, se as eleições fossem hoje, o que praticamente garante ao primeiro-ministro um quarto mandato.
O governo de Netanyahu, que foi formado no ano passado, tem travado disputas internas em uma série de questões, incluindo o Orçamento de 2015 e um projeto de lei de Estado judaico que críticos afirmam discriminar cidadãos árabes.
A legislação israelense prevê que o Parlamento pode continuar votando leis após a adoção de uma lei de dissolução. A polêmica proposta para definir Israel como "Estado nação do povo judeu", porém, praticamente não tem possibilidade de ser aprovada antes das eleições em consequência da oposição dos centristas.
A próxima eleição não estava prevista para antes de 2017, mas Netanyahu anunciou que desejava dissolver o Parlamento "o quanto antes possível" e realizar uma nova disputa. Ele demitiu os ministros das Finanças, Yair Lapid, e da Justiça, Tzipi Livni, os líderes de dois partidos de centro que vinham criticando os membros de direita que predominam no gabinete ministerial.
Em um discurso na terça-feira, Netanyahu acusou Lapid e Livni de não serem duros com o Irã e com os palestinos, e suaves em sua defesa de Jerusalém e de Israel como Estado judaico. Ambos criticaram os planos para a expansão de assentamentos de colonos judeus em Jerusalém Oriental.