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Um grupo de 15 deputados equatorianos da oposição, que alegam estar sendo perseguidos pelo governo do presidente Rafael Correa, fugiu para a Colômbia a fim de buscar proteção e, eventualmente, asilo, afirmou um desses legisladores na quarta-feira.

Os membros do Congresso deixaram o Equador depois de um promotor ter ordenado que eles fossem investigados sob a acusação de ameaçarem a segurança nacional.

Essa ameaça seria resultado do conflito existente entre a oposição e Correa em torno dos planos deste para reformar a Constituição equatoriana, afirmou a deputada Gloria Gallardo à Reuters, em Bogotá.

A Justiça ainda precisa decidir se emitirá um mandato de prisão para os congressistas, afirmou Gallardo.

A deputada descreveu a atual investigação como uma manobra alimentada por motivos políticos e disse que os legisladores tentariam obter asilo na Colômbia caso a Poder Judiciário determine a prisão deles.

- Não há, em nosso país, garantias referentes ao devido processo legal - afirmou Gallardo por telefone, desde um hotel de Bogotá. - Se o juiz abrir um processo penal e se for dado prosseguimento à emissão de mandatos de prisão, então, sem dúvida, teremos de pedir asilo."

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia não quis fazer comentários sobre a questão. E não foi possível entrar em contato com qualquer um dos representantes da embaixada equatoriana em Bogotá.

Correa ameaçou prender os legisladores se eles conturbassem a ordem. Mais tarde, no entanto, o presidente moderou seu discurso e classificou como "inoportuno" o pedido de prisão.

O Equador viu-se tragado pela instabilidade institucional após 57 deputados da oposição terem sido cassados e substituídos por suplentes pró-Correa, no mês passado.

A cassação deu-se porque os parlamentares resistiram às propostas do presidente para diminuir o poder os partidos tradicionais do país.

Porém, nesta semana, juízes da corte constitucional resolveram recolocar em seus cargos 50 deputados. Esses próprios juízes, no entanto, acabaram sendo exonerados pelo novo Congresso, em uma decisão que alimentou as tensões envolvendo o governo de Correa, no poder há três meses.

O dirigente, um economista que estudou nos EUA, conta hoje com altos índices de popularidade por desafiar as elites políticas que muitos equatorianos culpam pelo clima de instabilidade verificado no país - na última década, três presidentes equatorianos foram depostos.

Neste mês, os equatorianos participaram de um plebiscito para dar prosseguimento ao plano de Correa de criar uma assembléia especial responsável por reformar a Constituição .

Mas os adversários dele temem que o hoje presidente use seu mandato para aumentar seus poderes e minar a democracia.

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