De início, a escolha da ex-miss Sarah Palin para vice parecia a carta na manga republicana. Em sua apresentação na Convenção Republicana, ela fez um ótimo discurso e mostrou-se combativa. A família com cinco filhos e o perfil evangélico ultraconservador eram a isca para atrair a base do partido.
Mas logo surgiram três frentes de problemas. As inúmeras gafes como dizer que o vice democrata é velho, quando McCain tem 72 anos fizeram dela o assunto preferido dos programas satíricos. O dia em que ela apareceu em pessoa no Saturday Night Live, rendeu audiência recorde ao programa. Houve ainda as surpresas da vida privada (a filha solteira de 17 anos estava grávida numa família que prega o sexo só depois do casamento) e pública (ela teria forçado a demissão do ex-marido da irmã, entre outras). O que mais pesa é o despreparo, revelado em afirmações como a de que ela entende de política externa porque "dá para ver a Rússia de uma ilha do Alasca".
Sarah impressiona pela ambição: depois de ser prefeita de uma pequena cidade do Alasca e governadora do estado por 20 meses, foi atrás de McCain. "De certa forma, ela estava fazendo lobby para ser vice", diz o professor da Universidade de Columbia, Robert Erikson.
