Um suposto membro da organização separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade) foi capturado na quinta-feira à noite, no aeroporto de Lisboa, tentando fugir para Caracas, na Venezuela. Andoni Zengotitabengoa carregava um passaporte mexicano falso, segundo a polícia portuguesa.

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Ele seria um dos ocupantes de uma casa na localidade de Óbidos, em Portugal, onde foi encontrado um arsenal da ETA em fevereiro. Agora, as forças de segurança portuguesas e espanholas estão procurando Oier Gómez Mielgo, que seria seu companheiro no grupo

A prisão levantou novamente a polêmica sobre as suspeitas de cooperação entre Caracas e a ETA. No início do mês, o magistrado espanhol Eloy Velasco, que está julgando integrantes do grupo, acusou a Venezuela de colaborar na coordenação entre os separatistas bascos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

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O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, chegou a pedir explicações para o governo do presidente Hugo Chávez.

Para evitar novas acusações, o governo venezuelano anunciou ter ativado, logo após ser avisado da prisão de Zengotitabengoa, na quinta-feira, uma operação no aeroporto de Caracas para evitar a entrada de outro membro da ETA no país - possivelmente Gómez.

"Recebemos uma ligação da embaixada da Espanha dizendo que outra pessoa, com as mesmas características, poderia ter entrado no avião", explicou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.

"Fizemos uma operação de segurança no aeroporto de Maiquetía e uma busca exaustiva no avião e o resultado foi que a pessoa denunciada não se encontrava nele."

Sem mencionar a prisão em Portugal nem a polêmica envolvendo a Venezuela, a vice-primeira-ministra espanhola, María Teresa Fernández de la Vega, disse que a cooperação internacional é essencial na luta contra a ETA. "Estamos cooperando com todos os países, com Portugal e com a Venezuela", disse.

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Zengotitabengoa foi identificado por meio das câmeras de segurança de uma loja e está na lista dos extremistas mais procurados pela Guarda Civil espanhola. Condenado a 13 anos de prisão em 2000, ele estava foragido desde 2003. Ainda não está claro por que queria ir para a Venezuela.

A Justiça espanhola está pedindo para Caracas a prisão do suposto membro da ETA Arturo Cubillas, que mora na Venezuela. Em 2005 ele foi nomeado por Chávez como um dos diretores do Escritório de Administração e Serviços do Ministério da Agricultura.