Habitantes do assentamento de Grabovo, na região de Donetsk, tiram fotos dos destroços do Boeing 777 que fazia o voo MH17 da Malaysia Airlines| Foto: Reuters/Maxim Zmeyev
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Dezenas de delegados, pesquisadores e ativistas que iam participar de uma conferência internacional sobre aids na Austrália viajavam no avião de Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia, informaram nesta sexta-feira (18) meios de imprensa locais.

As autoridades australianas ainda não deram o número exato de pessoas que viajavam no avião, que teria sido derrubado por um míssil, que vinham para participar a este fórum que será inaugurado no domingo (20) em Melbourne, embora se estime que o número ronde a centena.

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O presidente do Governo do estado australiano de Victoria, Denis Napthine, disse que iam a bordo do avião um grande número de delegados, pesquisadores e ativistas que tinham previsto participar da reunião.

Entre as vítimas podem estar o ex-presidente da Sociedade Internacional da aids Joep Lange e sua esposa, segundo a imprensa.

"Não se confirmou ainda mas temos informação que muitos de nossos colegas e amigos estavam a bordo do avião", disse Françoise Barre-Sinousi, prêmio nobel em 2008 por seu papel no descobrimento do HIV e co-presidente da conferência.

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Barre-Sinousi, a pesquisadora australiana Sharon Lewin e o ex-secretário de Saúde britânico Norman Fowler renderam tributo hoje a Lange em Canberra.

A Austrália declarou o sábado (19) como dia de luto nacional por esta tragédia, na qual morreram pelo menos 28 cidadãos do país.

"Ainda estamos comparando os passaportes com os registros. O número pode aumentar, mas neste momento podemos confirmar que são 28", disse a ministra das Relações Exteriores, Julie Bishop, depois de se reunir com o embaixador russo na Austrália, Vladimir Morozov.

Rússia e Ucrânia trocam acusações após queda

A queda do avião da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia gerou uma forte troca de acusações entre os governos ucraniano e russo, além de separatistas pró-russos que controlam a região - todos negaram envolvimento no caso - e pode acirrar ainda mais a disputa na região.

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Logo após o acidente, o Ministério do Interior ucraniano afirmou que o voo MH17 foi, provavelmente, abatido por um míssil Buk de fabricação russa. O uso de míssil foi depois confirmado por fontes da Inteligência americana, e os EUA estão agora tentando determinar quem teria feito o disparo. Separatistas pró-russos, por sua vez, disseram que a aeronave, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, fora derrubada em território ucraniano por um jato do governo local.

Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou desconhecer que os rebeldes tivessem lançadores de mísseis Buk. E, segundo ele, mesmo que o possuíssem, não poderiam operá-lo.

Até uma versão de que o alvo poderia ser o presidente russo foi noticiada pela agência estatal do país. "Posso dizer que o avião do presidente russo e o Boeing malaio se cruzaram no mesmo ponto e no mesmo nível de voo. Isso aconteceu perto de Varsóvia, numa altitude de 10.100 metros. O avião do Vladimir Putin estava lá às 16h21m, hora de Moscou, o avião malaio às 15h44m, hora de Moscou", disse uma fonte da Aviação Russa.

Nos EUA, o vice-presidente americano, Joe Biden, também reforçou a teoria ucraniana. "O avião foi aparentemente derrubado, e digo aparentemente porque não temos todos os detalhes. Não é um acidente. A aeronave caiu perto da cidade Shakhtarsk, na aldeia de Grabovo, região de Donetsk", área controlada por separatistas pró-Rússia, que vêm lutando contra o Exército ucraniano. Nesta quinta-feira, insurgentes sugeriram uma trégua de dois ou três dias para os trabalhos de regate.

As versões são muitas. Segundo uma fonte do Ministério da Defesa da Ucrânia, os rebeldes teriam atingido por engano o avião, numa tentativa de abater uma aeronave de carga da Força Aérea Ucraniana, que fora identificada pela defesa aérea russa. Não muito longe dali, segundo a fonte, estaria voando um Iliushin 76, com comida para soldados de Kiev.

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Malaysia Airlines tem segundo acidente catastrófico em menos de um ano

Segundo a Malaysia Airlines, empresa que já protagonizara um acidente aéreo em março, o avião partiu do aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, às 12h15 (horário local) e perdeu contato três horas mais tarde, a 60 km da fronteira entre os países. Ele era esperado em Kuala Lumpur, na Malásia, na manhã seguinte. A tripulação não relatou problemas durante o voo.

As informações sobre os passageiros a bordo são incompletas. Entre as vítimas, estariam 154 holandeses, 27 australianos, 38 malaios, 11 indonésios, seis britânicos, quatro franceses, quatro belgas, quatro alemães, três filipinos e um canadense, entre outros, e um total de 80 crianças. O maior número de holandeses deve-se ao fato de o voo ser compartilhado com a companhia local KLM. Nesta quinta-feira, as autoridades ucranianas fecharam as rotas aéreas sobre o Leste do país.