Dezenas de milhares de manifestantes contrários ao governo realizaram hoje uma manifestação em Tirana, capital da Albânia, quase um mês depois de quatro pessoas terem sido mortas durante um protesto similar. Os manifestantes agitavam bandeiras albanesas e faixas nas quais se lia "Berisha vá embora", uma referência ao primeiro-ministro Sali Berisha. Em outras estava escrito "Justiça" e "Queremos eleições antecipadas".
Um grupo entre 20 mil e 30 mil pessoas, segundo estimativas independentes - os organizadores disseram que eram 200 mil - participou de uma manifestação convocada pelo prefeito de Tirana Edi Rama, do Partido Socialista. A marcha pela capital terminou na sede do governo, que estava cercada por dezenas de policiais. Berisha acusa Rama de tentar usar o protesto para iniciar um golpe, mas o líder opositor nega.
O governo nomeou um comitê parlamentar para investigar o que aconteceu durante a manifestação anterior, mas deputados da oposição se recusaram a cooperar. Quatro altos oficiais da Guarda Republicana Albanesa, acusados de envolvimento nas mortes permanecerão detidos por um mês enquanto a promotoria investiga o caso. Os promotores também pediram aos líderes da oposição que testemunhem sobre os acontecimentos.
A atual crise polícia é a mais longa da Albânia desde a transição para a democracia. Os dois lados estão agora sob pressão internacional para que novas manifestações não se tornem violentas. O governo planeja uma demonstração de força neste fim de semana, quando seus partidários devem participar de um concerto organizado para comemorar o 20º aniversário da queda do ditador comunista Enver Hoxha. As informações são da Dow Jones.