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Crise

Dia de confrontos no Egito deixa mais de cem mortos

Multidão de manifestantes marcha pelas ruas do Cairo | Reuters/Mohamed Abd El Ghany
Multidão de manifestantes marcha pelas ruas do Cairo (Foto: Reuters/Mohamed Abd El Ghany)
Manifestante observa o avanço dos policiais da tropa de choque no Cairo |

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Manifestante observa o avanço dos policiais da tropa de choque no Cairo

Policial atira contra os manifestantes pró-Mursi |

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Policial atira contra os manifestantes pró-Mursi

Bombas de gás foram lançadas pelas forças de segurança para dispersar o protesto |

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Bombas de gás foram lançadas pelas forças de segurança para dispersar o protesto

Policiais despejam os acampamentos de seguidores do presidente deposto |

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Policiais despejam os acampamentos de seguidores do presidente deposto

Máquina com uma foto de Mursi é abandonada pelos manifestantes |

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Máquina com uma foto de Mursi é abandonada pelos manifestantes

Cenas de destruição e repressão foram vistas na capital do país |

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Cenas de destruição e repressão foram vistas na capital do país

Mulher com trajes muçulmanos é escoltada por policiais |

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Mulher com trajes muçulmanos é escoltada por policiais

Manifestante ferido desmaia pelas ruas do Cairo |

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Manifestante ferido desmaia pelas ruas do Cairo

Forças de segurança do Egito acabaram nesta quarta-feira com um acampamento de milhares de manifestantes que defendem o presidente deposto Mohamed Mursi, matando muitas pessoas, no dia mais violento das últimas décadas no maior país árabe do mundo.

O Ministério da Saúde disse que 149 pessoas foram mortas, tanto no Cairo como em confrontos que se espalharam por outras cidades do país. A Irmandade Muçulmana, grupo de Mursi, disse que o total de mortos era muito maior, no que descreveu como um "massacre".

Enquanto dezenas de corpos eram carregados para um necrotério perto da mesquita de Rabaa al-Adawiya, o governo apoiado pelas Forças Armadas declarou estado de emergência por um mês, devolvendo ao militares os poderes ilimitados que mantiveram por décadas antes de uma revolta pró-democracia em 2011.

O vice-presidente interino do Egito, Mohamed ElBaradei, renunciou ao cargo em protesto contra a repressão. Em carta-renúncia enviada ao presidente interino, Adly Mansour, ElBaradei disse que "os beneficiários do que aconteceu hoje são aqueles que pedem por violência, terrorismo e os grupos mais extremistas".

As forças de segurança agiram durante a madrugada para acabar com um acampamento de seis semanas no Cairo de apoiadores de Mursi. As tropas abriram fogo contra os manifestantes, em confrontos que causaram o caos em algumas áreas da capital e polarizaram ainda mais a população de 84 milhões de pessoas do Egito, entre aqueles que apoiam Mursi e os milhões que se opuseram ao seu breve governo.

A tropa de choque da polícia, usando máscaras de gás, aproximou-se agachada atrás de veículos blindados pelas ruas ao redor da mesquita Rabaa al-Adawiya, no nordeste do Cairo, onde milhares de apoiadores de Mursi mantinham uma vigília.

A violência se espalhou para além da capital, chegando às cidades no delta do Nilo de Minya e Assiut e à cidade na costa setentrional de Alexandria.

"Eles chegaram às 7h da manhã. Helicópteros por cima e tratores embaixo. Abriram caminho através de nossas paredes. Policiais e soldados atiraram gás lacrimogêneo contra crianças", disse o professor Saleh Abdulaziz, de 39 anos, enquanto estancava um sangramento na cabeça.

"Eles continuaram a disparar contra os manifestantes, mesmo quando pediam para parar."

O Ocidente, em especial os Estados Unidos, que concedem aos militares egípcios 1,3 bilhão de dólares por ano, tem se alarmado com a recente onda de violência. Nesta quarta-feira, a União Europeia exortou as forças de segurança a mostrarem a "máxima moderação" no país que tem um tratado de paz com Israel e controla a vital hidrovia do Canal de Suez.

Militares apertam controle

A ação para acabar com os acampamentos parece frustrar as esperanças restantes de trazer a Irmandade Muçulmana de volta ao palco político central e destacou a impressão compartilhada por muitos egípcios de que os militares apertaram o controle.

A operação também sugere que o Exército perdeu a paciência com os persistentes protestos que imobilizavam partes da capital e retardavam o processo político.

Tudo começou logo após o amanhecer, com helicópteros sobrevoando os acampamentos. Tiros foram disparados enquanto os manifestantes, entre eles mulheres e crianças, fugiam de Rabaa, e a fumaça subiu sobre o local. Veículos blindados avançaram ao lado de tratores que começaram a derrubar as tendas.

O governo, que prevê novas eleições em cerca de seis meses para devolver o regime democrático ao Egito, instou os manifestantes a não resistir às autoridades, acrescentando que os líderes da Irmandade Muçulmana devem parar de incitar a violência.

Violência no Egito

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