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Bruxelas

Diante da crise, UE cogita ação climática mais branda

Os líderes europeus lançaram nesta quinta-feira (11) um afago para o setor industrial ao atenuarem os planos contra o aquecimento global, num momento de grave crise econômica.

A União Européia busca formas de reduzir as emissões de dióxido de carbono do bloco, até 2020, para 20 por cento abaixo dos níveis de 1990, reagindo aos alertas científicos sobre a possibilidade de mais tempestades, inundações, ondas de calor e elevação do nível dos mares.

Nas últimas semanas, os países da UE definiram metas sobre energia renovável e eliminação de poluentes de veículos. Agora, o foco se volta para questões mais polêmicas - geração elétrica, indústria pesada e manufatura.

"Vamos obter uma decisão histórica", disse o chanceler finlandês, Alexander Stubb. "A Europa vai mostrar o caminho a respeito de energia e mudança climática."

As discussões assumem maior importância por ocorrerem a pouco mais de um mês da posse de Barack Obama como presidente dos EUA. Muitos europeus esperam a partir de 2009 uma maior cooperação climática com a Casa Branca do que no governo de George W. Bush.

Siderurgia, cimento, indústrias químicas, papel e outros setores industriais estarão protegidos dos custos adicionais da compra de créditos para a emissão de dióxido de carbono, segundo a proposta que serve de base para as negociações. O programa de comércio de créditos de emissões é uma das principais bandeiras climáticas da UE.

"Isso cobre cerca de 90 por cento da indústria, e não vejo qualquer razão pela qual a Alemanha não aceitaria esta proposta", disse o conservador alemão Peter Liese. "Eu a vejo como uma vitória."

Mas críticos dizem que entregar autorizações gratuitas para poluir esvazia o principal incentivo para os cortes de emissões.

Um acordo da UE nesta semana é considerado vital para as negociações globais sobre a redução de emissões de gases do efeito estufa em outros grandes poluidores, como Rússia, China, Índia e EUA.

"Se não conseguirmos um acordo nesta cúpula, será desastroso para as negociações climáticas no ano que vem", disse o primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen.

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