Leopoldo Galtieri foi colocado no poder por uma ditadura militar que governava a Argentina. Hugo Chávez passou por um processo eleitoral e foi escolhido democraticamente – apesar de algumas contestações internacionais – para presidir seu país.

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Viés

"Chávez é um governante que caminha num viés de esquerda e prega o anti-imperialismo. O que é bem diferente de Galtieri, quando o regime foi constituído pela direita", diz Clóvis Gruner.

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Outra diferença marcante é que Chávez conta com o apoio dos venezuelanos de baixa renda, enquanto o governo de Galtieri tinha sustentação, sobretudo, na classe média argentina.

"A Venezuela é um país historicamente periférico e essas condições facilitaram a penetração do discurso de Chávez e o encontro de uma base junto à população que legitima e apoia suas atitudes", destaca Gruner.

O professor Jonas Pegoraro, do Colégio Positivo, também estabelece diferenças entre o que aconteceu na Argentina, em 1982, e a conduta de Hugo Chávez em relação ao episódio com a Colômbia.

"O processo histórico de invasão das Malvinas não tem exatamente uma relação direta com o que está acontecendo agora", alerta.

De acordo com Pegoraro, parte dessa animosidade entre os dois países pode se dever à ligação direta que existe entre a Colômbia e os Estados Unidos – principal alvo das críticas anti-imperialistas de Chávez.

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Distinção

E apesar de reconhecer traços distintos na conduta entre Chávez e Galtieri, a professora Maria Aparecida de Aquino também ressalta que não se pode fazer uma aproximação tão estreita entre os dois presidentes.

Ela afirma que existe a possibilidade de a Venezuela estar querendo desviar o olhar interno para uma questão internacional, mas questiona a eficácia desse tipo de manobra.

"Talvez venha daí a motivação de Chávez, que é um político experimentado e está usando de todas as formas para atingir seus objetivos de se estabelecer como figura de influência na região."

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