A maior conferência sobre o clima da história começou na segunda-feira com uma dura advertência das Nações Unidas sobre o risco de desertificação e de elevação do nível das marés e com a garantia dos anfitriões dinamarqueses de que um acordo para lidar com o aquecimento global estava "ao alcance das mãos".
Nos Estados Unidos, uma autoridade da Casa Branca disse que a Agência de Proteção Ambiental diria na segunda-feira que gases-estufa são perigosos para a saúde, o que permitiria ao governo regular as emissões sem uma ação no Congresso.
Em Copenhague, o premiê dinamarquês Lars Lokke Rasmussen disse que 110 chefes de Estado e de governo, incluindo o presidente dos EUA, Barack Obama, deveriam comparecer à cúpula que acontece entre 7 e 18 de dezembro. O evento, que também conta com 15 mil delegados de cerca de 190 países, pretende decidir sobre uma ação imediata para reduzir os gases-estufa e prover bilhões de dólares em assistência e tecnologia para as nações mais pobres.
A presença de tantos líderes significava "uma oportunidade que o mundo não pode deixar escapar", disse Rasmussen sobre a conferência. E acrescentou: "um acordo está ao alcance das mãos".
Mas as conversações terão de superar a profunda desconfiança entre países ricos e pobres na divisão do fardo de cortar as emissões dos gases-estufa, em especial provenientes da queima de combustíveis fósseis.
"O relógio zerou. Após dois anos de negociações, chegou a hora da decisão", disse Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU.
Rajendra Pachauri, chefe do painel de cientistas do clima da ONU, afirmou que era necessária ação para evitar mais ciclones, ondas de calor, inundações e o possível desaparecimento do manto de gelo da Groenlândia, o que poderia levar a um aumento de 7 metros no nível dos oceanos ao longo de séculos.
Ele disse que, mesmo com a meta amplamente aceita de limitar o aquecimento global a um máximo de 2 graus Celsius para além da época pré-industrial, isso ainda poderia levar a um aumento no nível das marés "capaz de fazer submergir diversos Estados insulares pequenos e Bangladesh".
"A evidência é opressiva de que o mundo se beneficiaria enormemente com uma ação precoce e o adiamento apenas levaria a custos em termos humanos e econômicos que se tornarão cada vez mais altos", disse ele.
Os países em desenvolvimento pediram que os ricos assumam a liderança. O delegado de Papua Nova Guiné, Kevin Conrad, disse que alguns países insulares pequenos "poderão desaparecer em breve" caso nenhuma ação seja tomada. Os países africanos afirmaram que enfrentam riscos agravados de desertificação e de inundações.
A presença de líderes e as promessas de corte nas emissões feitas pelos principais emissores - liderados por China, EUA, Rússia e Índia - aumentaram as esperanças de um acordo após escasso progresso nas negociações feitas ao longo dos últimos dois anos. Os líderes mundiais não participaram do evento em que ministros do Meio Ambiente acordaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
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