A Dinamarca lembrou neste domingo (14), sob estritas medidas de segurança, o primeiro aniversário dos atentados de Copenhague perpetrados por um jovem dinamarquês radicalizado que matou um cineasta e um homem de origem judaica antes de ser abatido pela polícia.
O primeiro-ministro, Lars Løkke Rasmussen, colocou de manhã uma coroa de flores em frente ao centro cultural e à sinagoga, alvos dos ataques.
“Os dinamarqueses querem viver em paz. É a mensagem mais importante que podemos dar hoje. Não vamos ceder, não vamos renunciar”, disse o primeiro-ministro à imprensa reunida em frente ao centro cultural.
“Sempre houve ameaças sérias contra a Dinamarca. Isso mudou. Mas do nosso lado temos agido, temos reforçado nossos serviços de inteligência e nossa polícia”, garantiu.
O chefe do governo vai participar de um evento organizado pela associação Finn Nørgaard, que leva o nome do cineasta que morreu em um dos atentados. Esta associação dá apoio a jovens imigrantes.
“Queremos trabalhar para que este ato injustificável que nos tirou Finn não volte a acontecer”, disse à AFP o fundador da associação, Jesper Lynghus. “Copenhaga é agora uma cidade diferente do que era há um ano”, conta.
Uma vigília será organizada durante a noite, entre os dois locais atacados, ligados por uma corrente que vai acender 1.800 velas. Tudo isso com uma presença policial significativa
Em 14 de fevereiro de 2015, Omar El-Hussein, um dinamarquês de origem palestina de 22 anos, atacou com uma arma automática um centro cultural onde ocorria um debate sobre a liberdade de expressão.
Nesta conferência participava o cartunista sueco Larsk Vilks, alvo dos islamitas desde que em 2007 desenhou o profeta Maomé com o corpo de um cão.
No ataque morreu o cineasta dinamarquês Finn Nørgaard, de 55 anos, e três policiais ficaram feridos. O agressor, que conseguiu fugir, matou neste mesmo dia à noite Dan Uzan, um judeu de 37 anos, em frente a uma sinagoga.
- Um lugar no ‘paraíso’ -O jovem foi abatido algumas horas depois num tiroteio com a polícia. Ele havia saído da prisão há pouco tempo, onde cumpriu pena por crime com arma branca.
A investigação tem avançado neste último ano. Agora já se sabe, por exemplo, que Omar El-Hussein jurou lealdade, no Facebook, ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Pouco antes de sua morte, escreveu uma mensagem a seus “irmãos”, comemorando o fato de já ter lugar garantido no “paraíso”.
Uma rádio afirmou que o agressor levava um exemplar do Corão no bolso quando foi atingido. Mas a polícia nunca comentou publicamente as motivações do ataque.
“Isso pode ser explicado pelo fato de que eles não querem associar o Islã ao terrorismo”, disse Hans Jørgen Bonnichsen, um ex-alto funcionário dos serviços de segurança, citado pela agência Ritzau.
Crise de refugiados desestabiliza União Europeia
A crise de refugiados desequilibrou a União Europeia. Enquanto a Alemanha da chanceler Angela Merkel tem se mostrado bastante receptiva aos migrantes que chegam diariamente ao país, outros países anunciam medidas de confisco de bens e controle de fronteiras.
Leia a matéria completaDurante o ano passado, o tom do debate sobre a integração dos muçulmanos na Dinamarca reforçou consideravelmente, e foi misturado com a política de imigração.
Dinamarca registrou 21.000 pedidos de asilo em 2015, tornando-se - em proporção à população - um dos países europeus com o maior número de refugiados, ao lado de Alemanha, Suécia, Áustria e Finlândia.
Mas o pequeno reino, ex-campeão dos direitos dos refugiados, mudou neste aspecto, sob a influência do Partido do Povo Dinamarquês, anti-imigração.
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