Eventos como a Copa do Mundo atraem a atenção internacional, mas junto dessa atenção vem o desvelamento de mazelas que não transcenderiam as fronteiras se não fosse pela atenção dada e pelo foco da mídia internacional aos eternos clichês brasileiros como violência, prostituição infantil, pobreza e corrupção.
Para minimizar a construção de uma imagem negativa do Brasil, a diplomacia brasileira habilmente buscou promover encontros diplomáticos e rodadas de negociações em seu território, para que, além de fomentar relações políticas e comerciais entre países, também possam apresentar ao mundo um Brasil que dá certo.
Além dessa estratégia brasileira, é óbvio também que os dignatários estrangeiros não esquecem o fato de que os holofotes estão apontados para o Brasil e aproveitam o momento para marcar presença, vez que a diplomacia é a arte de ocupar espaços e influenciar governos. Assim, nota-se que se trata de uma via de duas mãos, onde as fotos e as notícias produzidas nesses encontros acabam sendo mais importantes do que resultados concretos.
Exemplo disso foi a visita de Joe Biden. O vice de Obama veio ao Brasil sem nem mesmo apreciar futebol, não pediu desculpas pelos episódios iniciados com as acusações do ex-espião e agora cagueta Edward Snowden, mas retomou conversas amistosas com o Brasil, um país que se aproxima cada vez mais de governos opositores à política externa estadunidense. Além de Biden, ainda vamos receber Putin, e os representantes dos Brics.
O que esperar disso tudo? Muitas fotos, apertos de mãos e sorrisos, mas de concreto quase nada, pois o Brasil sai derrotado de uma Copa para eleições presidenciais conturbadas e em meio a manifestações intensas, e por este motivo nada audacioso deve ser anunciado. Talvez, ao apagar das luzes em Fortaleza, na reunião dos Brics, tenha-se um resultado mais efetivo com a criação de um Banco de Fomento ao Desenvolvimento, mas infelizmente não se deve esperar muito mais do que isso!
Eduardo Saldanha, coordenador do curso de Direito da FAE.
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