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Oriente médio

Diplomatas israelenses alertam para Hezbollah 'adormecido'

Israel colocou suas missões diplomáticas no exterior em alerta elevado diante de possíveis ataques do Hezbollah ou de muçulmanos locais indignados com a ofensiva israelense no Líbano, disseram fontes de segurança nesta segunda-feira.

Vários outros países, inclusive Brasil - onde há a maior comunidade libanesa no exterior -, Estados Unidos e Canadá disseram ter medidas de segurança em vigor para reduzir o risco de que militantes do Hezbollah se infiltrem no fluxo de refugiados que deixam o Líbano.

Uma importante fonte de um país ocidental que recebe refugiados confirmou que tais "agentes adormecidos" do Hezbollah são considerados uma ameaça.

- Em geral, nossas representações no exterior estão sempre em estado de alerta, mas isso foi significativamente ampliado devido aos combates ao norte e de tudo que acarreta ameaças no exterior - disse uma fonte israelense de segurança.

Israel atribui ao Hezbollah os atentados contra sua embaixada em Buenos Aires e um centro comunitário judaico na Argentina, em 1992 e 94, que mataram mais de cem pessoas. O Hezbollah diz não operar fora do Líbano, e seu principal patrocinador, o Irã, também nega envolvimento nesses ataques.

Mas, logo depois do início da ofensiva israelense, o Hezbollah disse que as restrições anteriores deixaram de vigorar.

- Enquanto o inimigo mantiver a agressão sem limites, vamos buscar o confronto sem limites - disse o xeque Hassan Nasrallah, líder do grupo xiita.

Os ataques israelenses fizeram centenas de milhares de refugiados. Países estrangeiros montaram operações de emergência para resgatar diplomatas, turistas e libaneses que tenham cidadania desses países.

Mas muitas dessas pessoas com dupla nacionalidade vivem há anos no Líbano, longe do escrutínio dos serviços nacionais de inteligência, segundo uma fonte ocidental.

- Estamos gastando muito tempo para ver como impedimos agentes do Hezbollah de se infiltrarem na massa de refugiados, como podemos detectar essas pessoas - disse a fonte, cujo país recebeu milhares de refugiados.

No Brasil, onde vivem cerca de 9 milhões de libaneses e descendentes, o governo disse estar em alerta contra militantes infiltrados.

- Essa preocupação sempre existe - disse Manoel Gomes Pereira, diretor do departamento do Itamaraty que cuida de comunidades brasileiras no exterior.

Segundo ele, os controles fronteiriços da Síria e da Polícia Federal brasileira ajudam a reduzir o risco.

O Brasil estima que haja atualmente 70 mil brasileiros no Líbano. Centenas já foram retirados.

Os Estados Unidos apontam há anos o risco de que a Tríplice Fronteira (Brasil- Paraguai-Argentina) seja um reduto de financiamento e lavagem de dinheiro para o Hezbollah.

No Canadá, que já retirou cerca de 7 mil pessoas do Líbano e tem uma população de origem libanesa estimada entre 250 mil e 400 mil pessoas, o ministro da Segurança Pública, Stockwell Day, disse que todos os refugiados estão sendo cuidadosamente checados.

- Temos um sistema muito sofisticado para fazer isso, e temos um alto nível de confiança de que ninguém entrará com qualquer tipo de documento falso. Não estamos trazendo terroristas no grupo de retirados - disse.

Em Washington, autoridades dos EUA disseram que os refugiados levados ao país são submetidos aos mesmos procedimentos de segurança que outros viajantes, o que inclui confrontar os dados de seus passaportes com sistemas consulares e listas negras. Os EUA levaram retiraram quase 12 mil cidadãos seus do Líbano.

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