Sebastián Piñera comemora conquista no primeiro turno: virada chilena| Foto: Martin Bernetti/AFP

Segurança

Piñera diz que apoia o Brasil na ONU

Folhapress

Um eventual governo de centro-direita de Sebastián Piñera manterá o apoio do Chile – já manifestado pela gestão da socialista Michelle Bachelet – ao pleito do Brasil por um assento permanente em caso de reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Em entrevista à imprensa internacional, além do respaldo na ONU, Piñera citou a finalização do corredor bioceânico – de acesso de produtos brasileiros ao mercado asiático pelo oceano Pacífico e de itens chilenos aos portos do Atlântico.

É consenso no Itamaraty que, caso eleito, Piñera não alterará os eixos da política externa chilena, salvo por uma menor ênfase em mecanismos de integração regional como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

O empresário disse que suas diferenças com o modelo "caudilhista’’ latino-americano representado por líderes como Hugo Chávez (Venezuela) e Raúl Castro (Cuba) não deve motivar divisões na região. "Temos de ser respeitosos, inclusive na diferença’’, afirmou ele.

"Na parte econômica, pretendo privilegiar uma economia social de mercado, com certa iniciativa de propriedade privada, com abertura e integração. É o modelo que acredito melhor para o Chile", destacou.

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Pela primeira vez desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), um direitista venceu no primeiro turno nas eleições presidenciais chilenas e é considerado o favorito para a nova votação, prevista para o dia 17 de janeiro.

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O empresário milionário Sebastián Piñera venceu o primeiro turno da eleição presidencial com 44,03% dos votos. Mas se ganhar o segundo turno, deverá encontrar dificuldade no Congresso - com a presença em igual peso da ala de centro-esquerda da atual presidente Michelle Bachelet. Segundo apuração oficial, nenhum dos dois lados garantiu maioria absoluta.

Piñera enfrentará no segundo turno o candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei, que obteve 29,62% dos votos, segundo os dados oficiais da terceira apuração, divulgados pelo subsecretário chileno de Interior, Patrício Rosende.

Em terceiro lugar está o candidato independente Marco Enríquez-Ominami, com 20,12% dos votos, seguido do esquerdista extraparlamentar Jorge Arrate, com 6,21%.

Disputa

A disputa agora é pelo apoio dos candidatos derrotados. Piñera quer os eleitores do independente Enríquez-Ominami. "Sempre reconheci em Marco uma grande vitalidade, e compartilho com ele a visão de que a Concertación (coalizão governista de centro esquerda) está acabada, sofre de fadiga de material’’, disse Piñeda.

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Enríquez-Ominami liberou seus eleitores para votar em quem desejarem. "É impossível abusar da confiança em mim depositada. Não tenho qualquer condição de endossar o voto em outro candidato, não farei isto, em respeito aos mais pobres e aos mais desamparados.’’

Ao lado de vários membros do gabinete, Frei também aposta na conquista dos eleitores de outros três candidatos de esquerda e centro para reverter a vantagem de Piñera e vencer na próxima votação.

O comunista Jorge Arrate, que teve 6% dos votos, disse que não dará um cheque em branco para o segundo turno, mas apoiará Frei, que presidiu o país de 1994 a 2000.

Para reforçar a campanha de Frei, a presidente Michelle Bachelet aceitou ontem a renúncia da porta-voz do governo Carolina Toha, cujo título oficial era de ministra da Secretaria Geral de Governo.