O diretor da CIA, John O. Brennan, pediu a Israel não intervir na guerra civil síria e que não se apodere da política americana em direção a esse país árabe, informou nesta sexta-feira (17) o jornal Yedioth Ahronoth.
Em uma rápida visita secreta, Brennan chegou na quinta-feira (16) a Israel para pedir contenção ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e coordenar as políticas de ambos os países na cada vez mais complicada guerra civil síria.
O diretor da CIA, cargo que ocupa de maneira interina desde o mês de março, se reuniu em Tel Aviv com Netanyahu; o ministro da Defesa, Moshe Yaalon; o chefe de Exército, Beni Gantz, e o diretor do Mossad, Tamir Pardo.
Segundo a fonte, a visita responde ao "temor" dos Estados Unidos de que Israel intervenha no conflito interno sírio por supostas informações que supostamente indicam que o regime de Damasco está repassando sofisticados armamentos ao grupo libanês pró-iraniano Hezbollah.
"Brennan foi enviado a Jerusalém com a intenção de coordenar posturas e evitar que Israel atue por si só na Síria", aponta o jornal local, que traz a citada "visita surpresa" em sua capa de hoje.
No início de maio, segundo o governo sírio e fontes ocidentais, várias instalações militares e científicas ao redor de Damasco foram bombardeadas por aviões de guerra de Israel, embora o Tel Aviv não tenha confirmado e nem desmentido oficialmente os ataques.
Fontes ocidentais informaram que o alvo do ataque supostamente era uma carga de mísseis de alta precisão e longo alcance destinado à milícia libanêsa Hezbollah.
O primeiro-ministro israelense advertiu publicamente que vê como uma linha vermelha a transferência de armas sofisticadas ou não convencionais da Síria ao Hezbollah e que isso poderia provocar uma intervenção de seu país.
Essa mesma ameaça foi reiterada em público pelo chefe das Forças Armadas de Israel, Gaby Ashkenazi, que rebatia as declarações do secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Na ocasião, Nasrallah afirmou que seus homens poderiam começar a atacar Israel nas Colinas do Golã, território ocupado da Síria na Guerra dos Seis Dias (1967).
Os supostos bombardeios no início de maio e a linguagem de ameaças das últimas semanas convenceram Washington de que Israel poderia estar "frustrada" pela política de não-intervenção da Casa Branca.
Isso porque, Israel teme que parte do arsenal biológico e químico da Síria - um dos maiores do mundo, segundo fontes especializadas - possa cair em mãos do Hezbollah e de grupos terroristas islâmicos se o regime de Bashar al Assad for derrubado pelos rebeldes.
Um relatório confidencial do Exército divulgado ontem indica que grupos terroristas da região podem ter acesso a elementos químicos desse arsenal e adverte de que Israel não estaria preparada para essa eventualidade.
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