A popularidade do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cresceu em Israel depois do seu contundente discurso na ONU contra a solicitação palestina de reconhecimento a seu Estado, segundo uma pesquisa de opinião divulgada na segunda-feira.
A aprovação ao líder direitista saltou de 32 para 41% em dois meses, período em que Israel conviveu com protestos populares contra o custo de vida, de acordo com a pesquisa publicada pelo jornal Haaretz, de viés de esquerda.
"Netanyahu mais uma vez provou que só precisa de um bom discurso para crescer nas pesquisas", disse o colunista Yossi Verter num comentário que acompanhou a pesquisa, realizada junto a 486 pessoas no domingo.
No seu discurso de sexta-feira na ONU, Netanyahu criticou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, por solicitar a adesão plena palestina à ONU - medida que os EUA já prometeram vetar no Conselho de Segurança.
Netanyahu disse que só uma negociação direta com Israel pode levar à paz na região, e sinalizou que não pretende abandonar a expansão dos assentamentos judaicos da Cisjordânia, o que os palestinos dizem ser um pré-requisito para a retomada do diálogo.
Ele também repetiu o apelo, tradicionalmente rejeitado pelos árabes, para que os palestinos reconheçam o caráter judaico de Israel. Os palestinos temem que isso inviabilize o eventual retorno de refugiados palestinos ao território israelense.
Abbas voltou no domingo à Cisjordânia, onde foi recebido como herói e repetiu, num discurso a milhares de palestinos, que Israel deve conter a expansão dos assentamentos.
O impasse a respeito dos assentamentos é um mau prenúncio para uma iniciativa de retomada do processo de paz lançada pelo chamado Quarteto de mediadores - EUA, Rússia, União Europeia e ONU.
"Vamos sentar para conversar", disse Netanyahu ao serviço em árabe da BBC antes de regressar de Nova York para Israel, na segunda-feira.
Na Faixa de Gaza, o líder do grupo islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, manifestou-se contrariamente ao pedido de adesão à ONU feito por Abbas.
"Você estabelece um Estado quando liberta (a terra)", disse Haniyeh, cujo grupo governa Gaza desde 2007. "Libertação antes, e então soberania. Estados não são construídos sobre resoluções da ONU."
Depois da ampla cobertura ao duelo verbal de Abbas e Netanyahu na ONU, os principais jornais israelenses relegaram o assunto às suas páginas internas nesta segunda-feira.
"Do discurso sobre a independência para a dura realidade - ele perdeu com honra", dizia um título no popular diário Maariv, referindo-se a Abbas e ao seu regresso "sem um Estado".
O Haaretz, sempre crítico às políticas de Netanyahu com relação aos palestinos, disse que os fatos na ONU "deixaram claro aos israelenses mais uma vez que eles estão caminhando às cegas por um túnel sem saída".
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