A posse de Donald Trump, que se tornou nesta sexta-feira (20) o 45° presidente dos Estados Unidos, foi marcada por um discurso protecionista em tom elevado e por confrontos que terminaram com ao menos 200 pessoas detidas em Washington.
Sem muitas surpresas, o magnata de pouca relação com a política defendeu o lema “América em primeiro lugar” e prometeu trabalhar para a volta dos Estados Unidos em vapor total, valorizando quem produz e gera empregos no país.
“Defendemos as fronteiras de outros países, enquanto nos negamos a defender as nossas (...) Devemos proteger nossas fronteiras dos estragos de outros países que fabricam nossos produtos, roubam nossas empresas e destroem nossos empregos”, declarou o novo presidente, que destacou o dia de sua posse como o momento em que o povo dos Estados Unidos “volta a assumir o poder”.
Na cerimônia de posse, celebrada nas escadarias em frente ao Capitólio, sede do Congresso americano, também prestou juramento mais cedo o novo vice-presidente, Mike Pence.
Política externa
O retorno de um republicano à Casa Branca também significa mudanças em relação à política externa do país. Para Trump, a grande meta de seu governo nesta área será o combate ao terrorismo. Ele prometeu trabalhar com os aliados dos Estados Unidos para destruir a ameaça jihadista.
O gabinete de Trump é o mais branco e o mais rico em décadas. Inclui apenas um negro e, pela primeira vez em quase 30 anos, nenhum hispânico, o que lhe valeu fortes críticas da primeira minoria do país, com mais de 55 milhões de pessoas (17% da população).
A ausência de hispânicos no gabinete não é surpreendente para um presidente que promete deportar entre dois e três milhões de imigrantes ilegais, construir um muro na fronteira com o México e cobrá-lo dos mexicanos talvez através de impostos às remessas de imigrantes.
Protestos terminam com mais de 200 presos
A polícia e manifestantes contrários a Donald Trump entram em confronto em Washington, minutos depois de o empresário ter tomado posse.
A confusão ocorreu no momento em que Trump se preparava pelo desfile presidencial pelas ruas da capital americana. Entre 400 e 500 manifestantes lançaram objetos contra os agentes do Batalhão de Choque, que responderam com uso de gás lacrimogêneo e spray de pimenta . Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ao menos 217 pessoas foram presas e seis policiais ficaram feridos.