Um disparo de míssil contra um local onde estaria ocorrendo uma reunião de supostos militantes islâmicos provocou a morte de pelo menos nove pessoas no noroeste do Paquistão, informaram agentes do governo local nesta quarta-feira (13). Pelo menos quatro mísseis alvejaram um complexo numa área remota e montanhosa perto de Angore Adda, na região tribal autônoma de Waziristão do Sul, disseram agentes dos serviços secretos e de segurança do Paquistão. As fontes disseram acreditar que os mísseis tenham sido disparados pelos Estados Unidos a partir de suas posições militares no vizinho Afeganistão.
As áreas tribais do país, próximas da fronteira com o Afeganistão, são consideradas refúgios de milicianos ligados à milícia fundamentalista islâmica Taleban e à rede extremista Al-Qaeda. Os números de vítimas mencionados pelas fontes variam. Um oficial do Exército falou em nove mortos. Fontes nos serviços secretos disseram que entre 22 e 25 pessoas morreram, inclusive estrangeiros.
Acredita-se que o local estivesse sendo usado por milicianos leais ao senhor da guerra Gulbuddin Hekmatyar, um ex-primeiro-ministro afegão cujos seguidores hoje lutam contra as forças dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão. Um porta-voz Exército americano em Cabul negou envolvimento no ataque. A chancelaria paquistanesa, que costuma denunciar tais ações, alegou não dispor de informações. Os EUA já foram acusados em diversas ocasiões nos últimos anos de terem bombardeado áreas do Paquistão próximas da fronteira. Alguns desses ataques resultaram inclusive na morte de civis.