Um dissidente xiita exilado voltou ao Barein no sábado para participar de um movimento de oposição que exige um sistema mais democrático da família sunita que governa o país.
"Queremos uma constituição real", disse Hassan Mushaimaa no aeroporto. "Eles nos prometeram (uma) antes e depois fizeram o que eles queriam."
"Estou aqui para ver quais são as exigências do povo nas ruas e para sentar e discutir com eles", disse o dissidente, se referindo aos manifestantes contra o governo que se reúnem na Pearl Square de Manama.
Milhares de manifestantes anti-governo marcharam da praça até um antigo escritório do primeiro-ministro, Sheikh Khalifa bin Salman al-Khalifa, no sábado, para pressionar pela saída do homem que ocupa o cargo há 40 anos.
Sheikh Khalifa, tio do rei, é um símbolo do poder político e da riqueza da família.
A marcha foi a primeira investida dos manifestantes no distrito comercial de Manama. Muitos agitavam bandeiras do Barein e cantaram: "O povo quer a queda do regime."
Mushaimaa, líder do movimento xiita Haq, exilado em Londres, foi julgado à revelia por uma suposta tentativa de golpe.
Os outros acusados no caso foram libertados no Barein nesta semana e o ministro das Relações Exteriores do Estado do Golfo Árabe disse que Mushaimaa havia recebido um perdão real e poderia voltar para casa sem impedimentos.
O perdão a Mushaimaa foi a mais recente de uma série de concessões da família al-Khalifa, que visa aplacar maioria xiita do Bahrein, que lidera quase duas semanas de protestos exigindo mais participação no governo.
Milhares de pessoas foram às ruas em Manama na sexta-feira, um dia de luto declarado pelo governo, em uma das maiores manifestações desde o "Dia de Fúria" em 14 de fevereiro.
As forças de segurança não interferiram. Na semana passada, sete pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas em conflitos no Bahrein. Sob pressão de aliados ocidentais, o Bahrein se comprometeu a permitir protestos pacíficos e propôs diálogo com a oposição.
Esta semana, o governo liberou mais de 300 pessoas detidas desde a repressão aos protestos xiitas em agosto.
Gabinete
Funcionários do governo disseram que o gabinete havia sido reformulado, o que foi considerado mais uma concessão à oposição.
Os ministros da Saúde, Habitação e Assuntos do Gabinete estavam entre demitidos, segundo autoridades, que pediram para não ser identificadas.
A remodelação do gabinete não deve convencer os manifestantes incentivados por revoltas populares na Tunísia, Egito e outros países. Muitos exigem uma monarquia constitucional, em lugar do sistema atual onde os cidadãos votam para um parlamento sem poderes e uma política que serve para preservar a elite no poder, centrada na dinastia al-Khalifa, que governa o Barein há 200 anos.
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